Após sucessivos fracassos, DC acerta em ‘O Esquadrão Suicida’
O filme, que não é exatamente uma continuação daquele lançado em 2016, tem personagens divertidos, mortes absurdas e visual estonteante
O novo filme do Esquadrão Suicida não é bem uma continuação do primeiro, tampouco um reboot. A confusão já começa no título. O de 2016 foi chamado apenas de Esquadrão Suicida e foi um fracasso de público e crítica. Já este segundo, que estreia nesta quinta-feira, 5 de agosto, tem o artigo “O” antes do nome. O estratagema criado pela DC talvez tenha sido a maneira mais honrosa de assumir o desastre que foi a primeira versão sem, no entanto, descartá-la por completo. A boa notícia: desta vez, parece que ela acertou a mão. A história é divertida, violenta e não se leva a sério. Tudo o que o público esperava dessa trupe de supervilões desajustados.
Embora Will Smith não retorne nesta versão, quatro atores do elenco original estão de volta: Jai Courtney, como Capitão Bumerangue; Margot Robbie, como Arlequina; Joel Kinnaman, como Rick Flag; e Viola Davis, como a chefona Amanda Waller. A novidade é o ator Idris Elba, que dá vida a Robert DuBois, o Sanguinário. O personagem é bastante parecido com o Pistoleiro, de Will Smith, mas mais violento. A DC não quis simplesmente substituir Smith e, sim, incluir um novo vilão, no caso do ator retornar em um futuro filme.
Feita as devidas ressalvas, a DC conseguiu em O Esquadrão Suicida fazer um de seus melhores filmes em anos. O responsável pela guinada atende por James Gunn, o mesmo diretor de Guardiões da Galáxia Vol. 1 e Vol. 2. Além do humor (que mistura escatologia, palavrões e mortes para lá de, digamos, criativas), há ainda os figurinos dos vilões. Eles são supercoloridos, num exagero visual que nunca teve espaço na DC. Tudo herança da experiência que o diretor acumulou lá na concorrente Marvel. A cereja do bolo é o Tubarão Rei, um tubarão falante, meio burro, que é dublado por ninguém menos que Sylvester Stallone e que, com sua voz cavernosa, dá o tom ideal ao personagem. A menção honrosa fica para Alice Braga que, embora tenha uma participação rápida interpretando uma líder rebelde, é responsável por alguns momentos divertidos da trama.
No enredo, um grupo de supervilões é recrutado para realizar tarefas impossíveis. Se bem-sucedidos, ganham uma redução de pena. O problema é que as missões são, como diz o título, suicidas. Entra aqui um dos pontos positivos da decisão da DC de não descartar completamente o primeiro filme, mas também não se preocupar em fazer conexões com esta nova história. Como o público já conhece a função do Esquadrão, o roteiro se livrou da responsabilidade de explicar como ele funciona ou fazer aqueles intermináveis apartes para apresentar cada vilão. Eles surgem – eventualmente morrem – e é isso. O foco é o tiro, a porrada e a bomba. E, convenhamos, não é preciso muito mais do que isso para um filme do gênero.