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Após censura, vendas de ‘O Avesso da Pele’ crescem mais de 6.000%

Livro de Jeferson Tenório foi recolhido de escolas no Paraná, Goiás e Mato Grosso do Sul sob acusação de infringir o Estatuto da Criança e do Adolescente

Por Mariana Carneiro
Atualizado em 15 mar 2024, 17h10 - Publicado em 15 mar 2024, 14h06

O romance O Avesso da Pele, do escritor Jeferson Tenório, lidera a lista semanal de livros mais vendidos no Brasil na categoria ficção. As vendas da obra cresceram mais de 6.000% em comparação à semana anterior, segundo dados da BookInfo. O aumento na procura pelo livro coincide com seu recolhimento em escolas do Paraná, Goiás e Mato Grosso do Sul. As secretarias de Educação desses estados alegam que a obra, vencedora do Prêmio Jabuti 2021 na categoria Romance Literário, apresenta linguagem imprópria para menores de 18 anos e conteúdo sexual. 

Temas como identidade, relações raciais e negritude são abordados na trama, que acompanha Pedro, jovem negro que busca resgatar o passado da família após a morte prematura do pai, vítima de truculência policial. Entre as cenas reprovadas pelos estados que determinaram o recolhimento da obra está um trecho em que personagens usam palavrões para descrever órgãos genitais. Em outro momento da história, Pedro relata como perdeu a virgindade.

Em setembro de 2022, O Avesso da Pele foi selecionado para compor o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), do Ministério da Educação (MEC). A decisão permite que escolas públicas entreguem a obra a estudantes do Ensino Médio, com idades entre 15 e 17 anos. O livro também é leitura obrigatória para o vestibular do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), instituição pública de ensino superior. 

Após a censura, o autor recorreu às redes sociais para compartilhar sua indignação: “As distorções e fake news são estratégias de uma extrema direita que promove a desinformação. O mais curioso é que as palavras de ‘baixo calão’ e os atos sexuais do livro causam mais incômodo do que o racismo, a violência policial e a morte de pessoas negras. Não vamos aceitar qualquer tipo de censura ou movimentos autoritários que prejudiquem estudantes de ler e refletir sobre a sociedade em que vivemos”, afirmou Tenório em uma publicação no Instagram.

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