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Ana Paula Arósio volta às telas com uma releitura moderna de “Macbeth”

O filme “A Floresta que se Move”, do diretor Vinícius Coimbra, abriu o Festival de Cinema do Rio de Janeiro neste sábado. Trama narra uma história de ganância sem limites

Por Carlos Helí, do Rio de Janeiro
Atualizado em 10 dez 2018, 11h18 - Publicado em 11 out 2015, 15h45

Tragédia sobre poder e cobiça escrita no século XVII e já reinterpretada diversas vezes para o cinema moderno, “Macbeth”, de William Shakespeare (1564-1616), ganha agora uma versão à brasileira em “A Floresta que se Move”, de Vinícius Coimbra, que fez sua estreia na noite deste sábado na Première Brasil do Festival do Rio. Estrelado por Ana Paula Arósio e Gabriel Braga Nunes, o filme transpõe a história original, ambientada na corte real escocesa de uma época de grandes e sangrentas batalhas por tronos e territórios, para o meio financeiro de nossos dias, de cenários imponentes e estéreis e algumas soluções dramáticas equivocadas.

Numa era em que bruxas e profetas foram substituídos por especuladores de mercado, bordadeiras misteriosas distribuem presságios a executivos de ternos alinhados. É de uma delas (Juliana Carneiro da Cunha) que Elias (Nunes), recém-chegado de uma bem-sucedida viagem de negócios à Alemanha, ouve que ele se tornará vice-presidente do banco em que trabalha naquele dia, e presidente da empresa no dia seguinte. A primeira parte da profecia se concretiza e, incentivado pela linda e ambiciosa mulher, Clara (Arósio), Elias articula um plano para matar seu chefe (Nelson Xavier) e quem estiver no seu caminho à presidência, iniciando uma trilha de sangue e loucura.

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Autor de “A Hora e a Vez de Augusto Matraga” (2011), adaptação do conto homônimo de Guimarães Rosa, Coimbra investe na construção de um universo de luxo, que isola seus personagens endinheirados em escritórios e salões de concreto armado, aço polido e ambientes envidraçados. Rodado em locações no Uruguai e na Escócia, “A Floresta que se Move” abre com imagens de montanhas verdejantes, que conduzem o espectador até os espaços áridos habitados por seus protagonistas, aparentemente realizados com suas conquistas materiais. É nesta paisagem um tanto asséptica que brotam sentimentos de ganância sem limites, despertado pelo desejo do controle do próprio destino.

O roteiro, de Coimbra e Manuela Dias, busca uma distância significativa trama shakespeariana original, transformando “A Floresta que se Move” em um thriller de tons existencialistas. O assassinato de Heitor (Nelson Xavier), presidente do banco, desencadeia uma investigação policial, encabeçada pelo delegado Borges (Rui Ricardo Diaz). César (Angelo Antônio, em desempenho sóbrio e eficiente), melhor amigo de Elias e seu subalterno no banco, é o primeiro a suspeitar das atitudes do companheiro. Pedro (Fernando Alves Pinto), filho do banqueiro, tem participação menos ativa na elucidação do desaparecimento do pai.

Os únicos elementos que permanecem intactos da trama de “Macbeth” são as palavras das bruxas: o protagonista só será derrotado se “o bosque chegar ao seu castelo”, mas este não precisa se preocupar porque “nenhum homem nascido de uma mulher” poderá vencê-lo. Lá atrás, na origem da peça, como agora, é tudo uma questão de interpretação. Coimbra conduz a narrativa com elegância, esmero visual e um pouco menos de sutileza nas caracterizações. Talvez em respeito às origens do texto original, o tom solene às vezes ganha proporções exageradas nos momentos de alucinações dos personagens.

Trailer – “A Floresta que se Move”

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