A Academia Brasileira de Letras (ABL) elegeu nesta quinta-feira o sucessor do jornalista e musicólogo Luiz Paulo Horta, morto em agosto, na cadeira de número 23 da instituição: o baiano Antonio Torres. Autor de 17 títulos, entre eles os romances Um Cão Uivando para a Lua, saudado por críticos como a revelação de 1972, e a trilogia formada por Essa Terra (1976), O Cachorro e o Lobo (1997) e Pelo Fundo da Agulha (2006), Torres é o primeiro romancista a ingressar na ABL em dez anos. O escritor, que era candidato pela terceira vez a uma vaga na ABL, teve 34 dos 39 votos possíveis, vencendo nomes como Blasco Rêgo, Eloi Ghio, Felisbelo da Silva e Roberto de Almeida.
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A cadeira de número 23 pertenceu ao primeiro presidente da ABL, Machado de Assis, de Dom Casmurro e Memórias Póstumas de Brás Cubas, que escolheu como patrono o amigo José de Alencar, de O Guarani. Depois de Machado, o assento foi ocupado por Lafayette Rodrigues Pereira, Alfredo Pujol, Otávio Mangabeira, Jorge Amado e Zélia Gattai.
Nascido na Bahia em 1940, Horta foi condecorado em 1998 pelo governo francês como Chevalier des Arts et des Lettres por seus livros traduzidos na França. Dois anos depois, recebeu o Prêmio Machado de Assis, da própria ABL, pelo conjunto da sua obra.