Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

A preço de banana: a obra de 120 mil dólares comida por estudante

Sem nervosismo e com uma justificativa inusitada, universitário coreano ingeriu a escultura do artista Maurizio Cattelan em museu de arte na Coréia do Sul

Por Thiago Gelli Atualizado em 12 Maio 2023, 10h26 - Publicado em 1 Maio 2023, 15h47

Na última quarta-feira, 26, o estômago de um universitário coreano falou mais alto que as restrições do Museu de Arte de Leeum, em Seul, e ao ver a estátua Comedian, do artista Maurizio Cattelanuma banana grudada à parede com um recorte de fita crepe —, ele não resistiu. Descolou a fita, descascou a banana e deu a ela um novo espaço expositivo goela abaixo. Ao terminar, grudou a casca novamente à parede, acenou à câmera que o filmava, sorriu e deixou a cena, satisfeito após comer o lanche mais caro de sua vida: a instalação à base de banana já chegou a ser vendida por 120 mil dólares. A explicação dada ao Museu é simples: o meliante havia pulado o café da manhã. 

O ato demorou um minuto e não parece ter tumultuado o espaço. Na gravação publicada por um amigo, o estudante Noh Huyn-soo se apresenta calmo e não é interrompido por ninguém. Mais tarde, porém, o jovem ofereceu maior contexto para a decisão, que descreve como uma obra de arte em si mesma: “Danificar uma obra moderna pode ser interpretado também como arte. Pensei que seria interessante, ela não está lá para ser comida?” A fruta é trocada a cada 2 ou 3 dias para não apodrecer, logo é, de fato, comestível. Já Cattelan, idealizador da escultura, supostamente apenas teve uma frase a dizer sobre o ocorrido: “Sem problemas”.

Essa não é a primeira vez que a obra orgânica foi provada por um apreciador. Em 2019, na cidade de Miami, o artista performático David Datuna a ingeriu em protesto à desigualdade social. Apesar de considerar seu autor um gênio, ele explicou. “Viajei por 67 países ao redor do mundo nos últimos três anos e vejo como as pessoas vivem. Milhões morrem sem comida, e ele exibe 3 bananas em uma parede por meio milhão de dólares?”, questionou. 

Nem Datuna, nem Huyn-soo sofrerão represálias pelo ato, dada a natureza reprodutível e conceitual da obra depredada. Esse é o terceiro trabalho do escultor Cattelan que é publicamente avariado, após o roubo do vaso sanitário de ouro maciço intitulado America, na Inglaterra, e o vandalismo da escultura L.O.V.E em Milão, que representa um dedo do meio na frente da Borsa Italiana.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.