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A obra de Max Frisch revisitada, por ocasião de seu centenário

A Suíça está celebrando o centenário de Max Frisch – o romancista, ensaísta e autor dramático suíço de língua alemã, que está entre os mais traduzidos no mundo – com uma exposição original, retraçando sua obra e seu percurso de escritor engajado. O Museum Strauhof de Zurique, que organiza exposições sobre temas literários, revisita a […]

Por Por Marie SANZ
2 ago 2011, 16h19
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  • A Suíça está celebrando o centenário de Max Frisch – o romancista, ensaísta e autor dramático suíço de língua alemã, que está entre os mais traduzidos no mundo – com uma exposição original, retraçando sua obra e seu percurso de escritor engajado.

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    O Museum Strauhof de Zurique, que organiza exposições sobre temas literários, revisita a obra do escritor através de vídeos, fotografias, extratos de filmes, cartas e textos originais.

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    O percurso é composto de ilhas temáticas escolhidas para dar palavra a todas as gerações de leitores do autor de “Homo Faber”, um dos romancistas mais emblemáticos, levado às telas de cinema pelo alemão Volker Schlöndorff.

    Para lembrar o escritor, falecido em 1991, o Museu Strauhof de Zurique deu a palavra aos seus leitores.

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    “Sei que tenho leitores há alguns anos e até os vi, mas não acho que andamos no mesmo ônibus”, escreveu Max Frisch em 1975, em “Montauk”. O escritor suíço, nascido em 1911, se surpreenderia hoje com o que seus leitores sabem e dizem sobre ele.

    “Queremos mostrar o que tem a ver a Suíça de hoje com o país de Max Frisch, qual é a parte do escritor ainda presente em nós”, explica à AFP a curadora da exposição, Annemarie Hürlimann.

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    Os demais curadores não se limitam a elogiar Frisch. Deixam, também, a vez, a entrevistados, que põem em dúvida a importância do autor.

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    Um colegial confessa num vídeo: “não acho que vá ler um outro livro de Max Frisch. Em ‘Homo Faber’ ele me é antipático, além de escrever de forma horrivelmente complicada”.

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    Maja Vieli, uma artista suíça, confia ter-se identificado na adolescência com questões levantadas pelo escritor “sobre problemas de como viver a própria vida”. Hoje, diz ela, num vídeo, “é apenas o que ele escreveu sobre o desejo de partir que ainda me interessa”.

    Comentando as fotos em preto e branco do escritor de olhar interrogativo, nascido em Zurique em 15 de maio de 1911, Annemarie Hürlimann observa que Frisch “criou um estilo próprio, com seus óculos de aros grossos e o cachimbo”.

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    Uma efígie do escritor fumando seu cachimbo figura no selo e na moeda cunhada pela Confederação Helvética para celebrar seus cem anos de nascimento.

    Max Frisch amava os questionários e propôs mais de uma dezena em seu “Jornal”. Assim, a exposição propõe questões sofisticadas ou singelas do escritor, incluindo uma sobre os pequenos papéis vindos nos biscoitos chineses da sorte.

    Max Frisch faz parte, com Friedrich Dürrenmatt, dos autores maiores da literatura de língua alemã do pós-guerra.

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    Teve uma dupla carreira como escritor e arquiteto, até se consagrar definitivamente à literatura, a partir de 1955 explorando o tema da alienação do homem moderno.

    Autor prolixo, deixou numerosos romances, peças de teatro (“Santa Cruz”, “a Grande Muralha da China”, “Andorra”).

    Escritor engajado, não hesitou em arranhar a imagem polida de seu país, tendo declarado que “gosto de ser suíço, mas não me sinto obrigado a pensar que a Suíça é uma nação melhor que as outras”. Frisch também disse em 1974 que a independência e a neutralidade da Suíça era uma ilusão, o conceito de “pátria” não tinha nada de agradável. “Quem fala de patriotismo põe mais um peso em seus ombros.”

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    No outono de sua vida, Max Frisch descobriu indignado que, como dezenas de milhares de outros cidadãos suíços, ele foi vigiado e fichado pelas autoridades helvéticas durante décadas, por ter viajado pelos países da então Cortina de Ferro.

    “Max Frisch tornou-se uma figura de identificação para muitos suíços, jovens e velhos, que não s eguiam o conceito rígido da pátria e da Suíça conservadora”, comentam os curadores da exposição.

    Nascido há um século, Max Frisch morreu em 4 de abril de 1991 em Zurique. O que interessa hoje a Annemarie Hürlimann é “o desejo do distante seguido sempre do retorno à casa.

    Assistir a tudo, na explosião, leva cerca de seis horas, mas em apenas uma hora já é possível viajar em uma obra de grande riqueza.

    Maiores informações sobre a exposição podem ser obtidas no endereço https://www.stadt-zuerich.ch/kultur/de/index/institutionen/museum_strauhof/Ausstellungsprogramm_2010/max_frisch.html

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