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A moda dos cabelos brancos, naturais ou platinados

Aos 82 anos, pela primeira vez, Jane Fonda apareceu com os fios naturais e foi celebrada; até os homens aderiram a esse manifesto de individualidade

Por Bruna Motta Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 mar 2020, 10h44 - Publicado em 13 mar 2020, 06h00

Homens envelhecem, os cabelos ficam brancos e tudo bem. Mulheres, não. Aquelas que aparecem em público sem mechas tingidas costumam ser classificadas em três tipos: 1) a muito, muito idosa; 2) alguma estrangeira esquisita, geralmente europeia; e 3) a desleixada, que pouco liga para a aparência. Pois nesse ambiente hostil a cabeça branca feminina vem florescendo nos últimos tempos, impulsionada por jovens famosas que — vai entender — passam horas no salão embranquecendo os cabelos. Dessas garotas ousadas partiram os maiores elogios à atitude de Jane Fonda, atriz e ativista muito cool: ela entrou no palco do Oscar, para apresentar a categoria de melhor filme, com as madeixas, pela primeiríssima vez, no tom natural de seus 82 anos. “A opção pelo branco, como tudo que é moda, tem a ver com o momento. E o atual é de reforço à individualidade”, diz a jornalista de moda Erika Palomino.

FINALMENTE - Jane Fonda no Oscar: na maturidade, fios em tom natural (Amanda Edwards/Getty Images)

A cabeleira embranquecida à força teve seu momento de glória nas cortes europeias por obra do rei Luís XIII, da França. Em meados do século XVII, ele passou a usar uma volumosa peruca para esconder a calvície precoce, no que foi imediatamente copiado pela elite e, na sequência, por soberanos e aristocratas de outros reinos. As nobres perucas, usadas por homens e mulheres, eram generosamente polvilhadas com farinha perfumada por motivos muito práticos: afastar piolhos e disfarçar o mau cheiro. Já a cabeleira branca do século XXI (quando não é natural, claro) exige uma média de quatro horas nas mãos do tinturista e, sim, uma certa força de vontade. “Quimicamente, é um dos nossos trabalhos mais agressivos”, avisa a cabeleireira Carla Motta, do Rio de Janeiro.

Aplica-se o descolorante em duas partes: primeiro nos fios, depois na raiz. “Ela descolore mais rápido”, explica o cabeleireiro Fernando Torquatto. É nessa segunda etapa que o couro cabeludo mais sensível se rebela — a cabeça esquenta e arde conforme o tempo que os fios levam para passar do amarelo ao branco total. “Por fim, aplica-se um tonalizante para reforçar o tom perolado”, diz Torquatto. O cabelo descolorido não deve ser lavado todo dia e não se dá bem com piscina, pois o cloro pode deixá-lo esverdeado. Também requer cuidados em casa.

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A cantora Katy Perry foi uma das primeiras a aparecer de cabelo curtinho e branco, desencadeando um movimento em que embarcaram famosas como Jennifer Lawrence, Kristen Stew­art e, obviamente, Kim Karda­shian, que não ia deixar a onda passar sem mergulhar nela. Bruna Marquezine descoloriu os fios para pular o Carnaval de 2019. A cantora pernambucana Duda Beat, de 32 anos, branqueou as mechas, mantendo a raiz escura, há três anos e nunca mais voltou ao castanho original. “Resolvi fazer porque não tinha nenhuma cantora loirona no Brasil”, diz ela, que retoca a cor a cada quinze dias. “É trabalhoso, mas vale a pena”, garante. O branco também (des)colore a cabeça de homens, como o jogador Gabigol, o surfista Pedro Scooby e — prova de sucesso — o personagem Ryan, de Amor de Mãe, vivido pelo ator Thiago Martins. “Cabelo artificialmente branco é uma forma de se sentir diferente”, diz a especialista Erika. Até todo mundo imitar e aí chegar a hora de inventar outra moda.

Publicado em VEJA de 18 de março de 2020, edição nº 2678

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