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Vida longa ao Kaiser: a temporada de festas para Karl Lagerfeld em 2023

O imperador da moda será o tema dos principais eventos do universo fashion no ano que vem, quando faria sete décadas de uma carreira excepcional

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 29 out 2022, 08h00
GÊNIO - Excêntrico: Lagerfeld (na foto com a gata Choupette) salvou a Chanel -
GÊNIO - Excêntrico: Lagerfeld (na foto com a gata Choupette) salvou a Chanel – (@pierre_pierreetgilles/Instagram)

Um dos maiores ícones da indústria do bem-vestir, o alemão Karl Lagerfeld dizia que a moda é algo para o momento, o aqui e o agora. Vestidos, em sua opinião, não deveriam ser feitos para ficar expostos em museus. Por isso, ele detestava exposições, em especial as que versavam sobre sua atividade. Direto ao ponto: ele nunca viu roupas e acessórios como arte e muito menos estilistas como artistas. “É muita pretensão”, dizia, ao se intitular um artesão. O Kaiser (designação alemã para imperador), como era conhecido, morreu em 2019, aos 85 anos. Em 2023 completaria sete décadas de uma carreira excepcional, efeméride que o tornará tema de alguns dos eventos mais ruidosos desse universo no próximo ano. Justo ele, o estilista que detestava o culto às personalidades da área — qualidade raríssima em um mundo repleto de gente que adora ser venerada —, monopolizará as atenções.

O gênio será ímã da mostra Karl Lagerfeld: a Line of Beauty, no Costume Institute do Museu Metropolitano de Arte de Nova York. Depois, será tema do tradicional baile beneficente do Met, em maio, dando início a uma antologia, que ficará em cartaz até julho na Tisch Gallery, no The Met Fifth Avenue. Um dos acontecimentos mais badalados de gente que gosta de ver e ser vista, o Met Gala ostenta um dos tapetes vermelhos mais estrelados do planeta. Por ele passaram dezenas de celebridades exibindo criações do Kaiser. Na edição de 2019, a última antes do início da pandemia de Covid-19, a editora de moda Anna Wintour, que integra o conselho do museu, e a atriz Penélope Cruz, musa e amiga de longa data, apareceram com peças do costureiro, morto havia três meses.

MUSAS - Anna Wintour (à esq.) e Penélope Cruz homenageiam o costureiro: peças contemporâneas e toques de tradição -
MUSAS – Anna Wintour (à esq.) e Penélope Cruz homenageiam o costureiro: peças contemporâneas e toques de tradição – (Neilson Barnard/Getty Images; Theo Wargo/WireImage/Getty Images)

Nascido em Hamburgo, na Alemanha, Lagerfeld foi escolhido como homenageado do Met pela inigualável contribuição para a moda mundial durante sua bem-sucedida carreira, que começou em 1954 (quando dividiu o Prêmio Woolmark com outro designer emergente, Yves Saint Laurent), até sua morte. Louve-se, em especial, o incrível trabalho realizado à frente da Chanel, grife criada em 1909 por Gabrielle “Coco” Chanel e que ele assumiu à beira da falência em 1982. “Quando tomei a liderança na Chanel, ela era uma bela adormecida. Mas nem era bela, ela roncava”, disse o estilista certa vez. Atribui-se ao seu enorme zelo pelo estilo da casa o sucesso na tarefa de devolvê-la ao topo. “Lagerfeld tinha um enorme respeito pelo design das maisons”, diz a consultora de comportamento Gloria Kalil, referência de moda no Brasil. “Sua inteligência em colocar modernidade sem mudar a essência das marcas o fez ser quem foi.” Ao reinventar a elegância tradicional da Chanel com toques atuais, usando elementos conhecidos da companhia, como o tailleur e o tweed, ele transformou a casa na marca mais icônica do mundo, potência avaliada em 53 bilhões de dólares.

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PASSARELA - A noiva de Claudia Schiffer: a modelo foi uma das preferidas do estilista -
PASSARELA - A noiva de Claudia Schiffer: a modelo foi uma das preferidas do estilista – (Pierre Vauthey/Sygma/Getty Images)

A aparente discrição dos traços manufaturados por Lagerfeld, como homenagem ao passado, parecia não combinar com um homem que incomodava, dada a força de sua presença e a excentricidade lendária. Falava o que bem entendia e apresentava-se sempre com sua gata, Choupette. A aparência emoldurada por looks pretos, luvas, rabo de cavalo baixo e óculos escuros intimidava. “Sou míope”, justificava. Sobre a posteridade, afirmava fazer o possível para que ninguém se lembrasse dele no futuro. Não conseguiu, ainda bem.

Publicado em VEJA de 2 de novembro de 2022, edição nº 2813

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