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Igreja Católica autoriza início da beatificação de Padre Cícero

Notícia foi confirmada pelo bispo de Crato, no Ceará; análise da vida do religioso e reconhecimento de seus milagres pode levar anos

Por André Sollitto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 20 ago 2022, 14h19 - Publicado em 20 ago 2022, 14h07

O processo de beatificação do padre Cicero Romão Batista, conhecido como “Padim Ciço”, foi autorizado pela Igreja Católica. A notícia foi dada por Dom Magnus Henrique Lopes, bispo de Crato, no interior do Ceará, durante uma missa ao ar livre realizada na manhã deste sábado.

“Queridos filhos e filhas da Diocese do Crato, romeiros de todo Brasil, é com grande alegria que eu vos comunico nesta manhã histórica que recebemos oficialmente da Santa Sé, por determinação do santo padre, o papa Francisco, uma carta do dicastério para a causa dos santos, datada do dia 24 de junho de 2022. Recebemos a autorização para a abertura do processo de beatificação do padre Cícero Romão Batista que, a partir de agora, receberá o título de servo de Deus”, disse Dom Magnus. A notícia, embora ainda não tenha sido confirmada pelo Vaticano, foi recebida com aplausos pelos fiéis presentes.

O início do processo de beatificação marca uma nova relação entre a Igreja Católica e Padre Cícero. Por seu envolvimento com a política — foi o primeiro prefeito de Juazeiro do Norte, em 1911, e chegou a vice-governador do estado do Ceará — e por conta da contestação de seus milagres, morreu em 1934 rompido com o Vaticano. A polêmica começou em 1889, quando um pedaço da hóstia consagrada teria se tornado sangue ao ser colocada por Padre Cícero na boca da devota Maria de Araújo. O “milagre da hóstia”, como ficou conhecido, foi inicialmente reconhecido por uma comissão envolvendo padres e médicos, mas depois foi contestado por um bispo da região.

Padre Cícero teve suas ordens sacerdotais revocadas. Chegou a viajar a Roma em 1898 para se encontrar com o então Papa Leão XIII e teria recebido absolvição, que foi revogada quando retornou a Juazeiro. Só em 2015 finalmente recebeu o perdão.

A conclusão do processo de beatificação, no entanto, pode demorar anos para acontecer. Além da aclamação popular normalmente exigida para que ele tenha início, é realizada uma ampla investigação sobre sua vida para garantir que não haja impeditivos para a beatificação. Existem algumas fases, como a avaliação por religiosos locais, a análise dos dados por um comitê do Vaticano, seguido pela própria avaliação do Papa. Depois, é necessário comprovar a realização de algum milagre, realizado cinco anos após sua morte, e fundamentado por documentos que mostrem não haver explicação para o ocorrido. Só depois disso, e do reconhecimento do milagre pelo próprio Papa, Padre Cícero será beatificado.

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