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“É mentira que judeus nunca tentaram impedir o nazismo”, afirma autor

Edwin Black, jornalista e best-seller do 'New York Times', fala a VEJA sobre um acordo firmado entre judeus e nazistas que ajudou a salvar vidas

Por Sabrina Brito Atualizado em 22 fev 2022, 12h19 - Publicado em 22 fev 2022, 12h11
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  • O livro Haavara: O Acordo de Transferência, escrito por Edwin Black, foi recentemente traduzido para o português. Black é um autor premiado e jornalista investigativo, best-seller do New York Times e autor de onze livros publicados em catorze idiomas. A obra conta a história de um acordo pouco conhecido firmado entre judeus e nazistas há quase noventa anos.

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    No dia 7 de agosto de 1933, líderes sionistas concluíram um pacto secreto com o Terceiro Reich que acabou por transferir 60.000 judeus e mais de 1,5 bilhão de dólares (em valores atuais) para a Palestina judaica. Em troca, os judeus cessariam o boicote econômico global antinazista que ameaçava derrubar o regime de Hitler em seu primeiro ano. Conhecido como Acordo Haavara, o pacto salvou vidas, protegeu bens e se tornou a base para a criação da infraestrutura daquele que eventualmente seria o Estado de Israel.

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    VEJA conversou com Edwin Black sobre o livro, o atual anti-semitismo espalhado pelo planeta e o negacionismo histórico.

    Qual a importância desse novo livro?

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    O livro desmistifica a ideia de que os judeus nunca fizeram nada para tentar impedir ou enfraquecer o regime nazista. Isso é mentira, e o Haavara mostra isso. Esse acordo teve um potencial enorme para salvar judeus em perigo da Alemanha e da Polônia, e seu valor é subestimado. A obra traz essa revelação, que é chocante e muito importante para o mundo.

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    O que levou os nazistas a quererem negociar com os judeus?

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    Havia essa noção mística de um poder judaico, de que os judeus queriam dominar a Europa. Isso foi usado pelos sionistas para obter certa vantagem em relação aos nazistas. 

    Quem deveria ler o livro?

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    Pessoas que não possuem informações sobre a Segunda Guerra Mundial talvez não consigam apreciar o livro da melhor forma possível. É preciso entender o ambiente e o cenário da época, o medo que os judeus sentiam, o poder do governo de Hitler. Sem isso, fica difícil entender por que o acordo aconteceu.

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    A obra pode ajudar a desmistificar argumentos anti-semitas e negacionistas em relação ao Holocausto?

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    Não queremos desmistificar argumentos burros, mas sim documentar o que de fato ocorreu. Com essa documentação, é possível desbancar todo tipo de argumento falacioso. Quanto ao negacionismo do Holocausto, ele existe desde o começo do Holocausto. Grande parte é apoiado por nazistas e neonazistas, e a melhor forma de combatê-lo é com fatos incontestáveis. Não basta dizer que aconteceu; é preciso mostrar como aconteceu e quem fez acontecer.

    O que deu errado desde a Segunda Guerra que fez com que tenhamos negacionistas de todo o sofrimento judeu?

    Ignorância. De que adianta lembrarmos do Holocausto e comemorarmos seu fim se há pessoas que não sabem o que foi o Holocausto? Precisamos ensinar aos ignorantes tudo que aconteceu, tudo que o evento representou. Não espero que todos saibam tanto quanto eu, mas, quanto mais uma pessoa sabe sobre história, mais forte ela se torna. Atualmente, precisamos lutar contra a ignorância e contra a desinformação, que é uma luta muito mais complexa. O vácuo de informação só pode ser preenchido por fatos ou mentiras, e a nossa missão é preenchê-lo com fatos.

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