(Tradução de Claudia Dornbusch; Companhia das Letras; 272 páginas; 64,90 reais) De linhagem nobre, Gregorius é abandonado, quando bebê, em uma caixa largada ao mar. Resgatado por pescadores, na vida adulta ele se casa com uma rainha que, descobrirá depois, é sua mãe. Horrorizado com o pecado que cometeu sem saber, ele parte em um périplo de redenção, e acaba se tornando papa. Esse “Édipo cristão” não existiu: trata-se de uma lenda que o alemão Thomas Mann (1875-1955) descobriu na obra do poeta medieval Hartmann von Aue. Mesclando palavras em latim, francês, alemão antigo e moderno, O Eleito, de 1951, ganha uma nova tradução, atenta às nuances inventivas que Mann, talvez o maior escritor de língua alemã do século passado, imprimiu a essa estranha história.