(Mi Obra Maestra, Argentina/Espanha, 2018. Já em cartaz no país) A paciência do galerista Arturo (Guillermo Francella) está por um fio: ele não aguenta mais a ladainha ideológica do pintor Renzo Nervi (Luis Brandoni), suas malcriações, sua recusa em promover seus trabalhos. O duro é que, embora tenha saído de moda, Nervi é um tremendo pintor. E o mais duro ainda é que Arturo e Nervi são amigos de longa data, e de verdade. Eis então que o destino apronta uma das suas, e o panorama muda por completo. Sempre afiladíssimos, também o diretor argentino Gastón Duprat, seu irmão e roteirista Andrés Duprat e o produtor Mariano Cohn (que por vezes trabalha como codiretor com Gastón) fazem mais uma das suas: outro enredo cortante, perspicaz e divertido sobre as veleidades da intelligentsia, que eles já haviam esmiuçado em filmes excelentes como O Homem ao Lado e O Cidadão Ilustre.