(Em cartaz no Instituto Moreira Salles em São Paulo) Em 1979, às vésperas da derrubada do ditador Anastasio Somoza (1925-1980) pelos sandinistas na Nicarágua, a americana Susan Meiselas eternizou a imagem do guerrilheiro com uma arma em uma mão e um coquetel molotov feito de garrafa de refrigerante na outra. “Fiz por acidente. Só um ano depois descobri que ela havia virado símbolo nacional na Nicarágua”, disse Susan a VEJA. Molotov Man é o mais célebre, mas nem de longe o único, registro antológico produzido pela fotógrafa, que é tema de uma bela retrospectiva no país. Entre os 180 trabalhos estão séries em preto e branco que ela produziu no início da carreira, flagrando a população negra da Carolina do Sul e profissionais de striptease. Há também seus ensaios históricos para a agência Magnum, da revolução nicaraguense de 1979 às mazelas da etnia curda no então Iraque de Saddam Hussein, nos anos 1990.