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Primeira trans a adotar crianças no Brasil aponta problemas do processo

Alexya Salvador foi citada recentemente na novela ‘Renascer’

Por Giovanna Fraguito Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 3 abr 2024, 11h00

Em 2023, no Sistema Nacional de Adoção, do Conselho Nacional de Justiça, existiam pouco mais de cinco mil crianças e adolescentes disponíveis para adoção. Por outro lado, na fila, mais de 34 mil pessoas ou famílias estavam dispostas a adotar. Uma dessas pessoas foi Alexya Salvador, 43, professora da rede pública de São Paulo, formada em Letras, Pedagogia e Teologia, hoje mãe de três filhos. Alexya foi a primeira mulher trans a adotar no Brasil, em 2015, quando completou sua família com Gabriel, atualmente com 19 anos. Em Renascer, novela da TV Globo, a educadora foi citada em uma das cenas, o que deu novos holofotes para sua história. Buba (Gabriela de Medeiros) queria adotar uma criança e decidiu buscar informações sobre os requisitos para adoção no Brasil.

A representante da instituição que a personagem visitou cita a história de Alexya, casada há 15 anos com Roberto Salvador, 34, também professor. “Esse era um sonho desde de criança, sempre falava que queria ter três filhos. Quando conheci o Roberto, a gente foi trabalhando essas questões, planejando. E queríamos ter filhos por adoção. Trabalhamos (o tema) desde 2009 e em 2015, quase seis anos depois, tivemos o nosso primeiro filho, o Gabriel, que tinha 9 anos”.

Ela relata à coluna GENTE que, mesmo sendo pioneira, teve muito apoio da família, da Igreja onde é reverenda – a Igreja da Comunidade Metropolitana (ICM), e do grupo de apoio Acolher, que a ajudou no processo de adoção. “Como sou a primeira travesti a adotar no Brasil, depois da adoção do Gabriel, ganhei certa mídia e começaram a aparecer abrigos do Brasil todo. Mas eu queria adotar uma menina trans. Em 2016, um abrigo entrou em contato, e adotamos Ana Maria. Ela chegou com 10 anos e hoje está com 17. Depois, em 2018, a história se repetiu. Adotamos Deise, de 7 anos, uma menina trans negra, super emponderada, que hoje tem 12 anos. E as duas fazem acompanhamento no Hospital das Clínicas em São Paulo, para receber todo o apoio. Eu tinha tanto medo, principalmente pela Ana, por ser menina trans, quando ela não tinha o nome retificado. Por ser professora há tantos anos, sei como funciona o ambiente escolar. A escola ainda é um ambiente preconceituoso”. 

Hoje, Alexya busca ser inspiração para outras trans. Ela também não deixa de pontuar o que acredita ser o maior empecilho no Brasil para que pessoas iguais a ela não consigam adotar: “A bancada evangélica, a bancada da Bíblia. Ainda existe, infelizmente, a parte fundamentalista da religião cristã, que vai ditar a regra para o senso comum da sociedade. Quando se fala que crianças trans não existem, isso mexe com a sociedade, muitos não vão buscar informação. Sou reverenda na ICM, a primeira igreja inclusiva fundada em Los Angeles. A fé sempre esteve presente na minha vida, fui católica a vida inteira. Fiz o seminário para ser padre antes da transição. Aprendi que sou perfeita, que Deus me criou da forma que sou. Não escolhi ser travesti, é da minha natureza”. 

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