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Cultura

Pensão e tráfico sexual: as novelas da Globo que ajudam em causas sociais

'Vale Tudo' e 'Salve Jorge' entram na lista de folhetins que tiveram impacto positivo na sociedade; recorde outras

Por Mafê Firpo SEGUIR SEGUINDO 31 Maio 2025, 20h00

Carolina Dieckmann, Nanda Costa e Ingrid Gaigher (Montagem/TV Globo)

Vale Tudo (2025) – O remake da novela das nove tem causado estranheza pela baixa audiência. No entanto, a trama causou impacto positivo na sociedade – na história, a faxineira Lucimar (Ingrid Gaigher) procurou ajuda da Defensoria Pública para entrar com um processo de pensão alimentícia contra Vasco (Thiago Martins), pai de seu filho. A cena teve grande repercussão nas redes sociais, o que abriu uma discussão sobre o tema: logo após o capítulo, a procura pelo o aplicativo da Defensoria no Rio de Janeiro aumentou em 300%, segundo dados da instituição.

Salve Jorge (2012) – Escrita pela Gloria Perez, a novela tratava do tráfico sexual de mulheres internacional. A trama contava a história de Morena (Nanda Costa), moradora do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, que recebeu uma proposta para trabalhar de garçonete na Turquia; contudo, ao chegar lá, descobriu que havia sido traficada. Para escrever o folhetim, Gloria se baseou em depoimentos reais de pessoas traficadas, incluindo a história Ana Lúcia Furtado, empregada doméstica que foi traficada para Tel Aviv, Israel. Na época, o número de vítimas de tráfico e exploração sexual no Estado de São Paulo aumentou em 44% no primeiro trimestre do ano, segundo a secretaria estadual da Justiça e da Defesa da Cidadania.

Explode Coração (1995) – Também escrita por Gloria, a novela tratava do desaparecimento do filho de Odaísa (Isadora Ribeiro), Gugu (Luiz Claudio Júnior). Com a repercussão da causa, mais de 60 crianças foram encontradas devido ao depoimento de mães com filhos desaparecidos. A movimentação estimulou empresas a participarem da campanha e fotos de crianças passaram a ser distribuídas e impressas em bilhetes de loterias e em embalagens.

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O Clone (2001) – A novela também de Gloria causou grande impacto na campanha antidrogas devido a Mel (Debora Falabella), Nando (Thiago Fragoso) e Lobato (Osmar Prado) que protagonizaram cenas em que usavam entorpecentes como maconha e cocaína. Para desenvolver os personagens, Gloria incluiu depoimento de reais usuários anônimos e famosos como Carlos Vereza e Nana Caymmi. Devido ao trabalho, a diretora foi homenageada pela pela Associação Brasileira de Alcoolismo e Drogas (Abrad) e recebeu o prêmio Personalidade dos anos 2001 e 2002, concedido pelo Conselho Estadual Antidrogas (Cead/RJ). Além disso, foi premiada pelo FBI e pela Drug Enforcement Administration (DEA), órgãos americanos que combatem o tráfico de drogas.

Laços de Família (2000) – Criada por Manoel Carlos, abordou a leucemia a partir da personagem Camila (Carolina Dieckmann), que descobre estar com a doença e precisa de uma doação de medula óssea. Com a abordagem do tema, os números de doações aumentaram, a emissora ganhou o BITC Awards for Excellence 2001, na categoria Global Leadership Award, prêmio mais importante de responsabilidade social do mundo devido ao aumento significativo de número de doadores.