O britânico Jamie Oliver, 49 anos, que alçou à fama com uma culinária que passa com louvor pela peneira do politicamente correto, embalada por alimentos naturais e orgânicos, resolveu se embrenhar pelo ramo da literatura infantil, usando como pano de fundo uma região australiana habitada por comunidades aborígines. Parecia tudo dentro dos conformes, mas a receita desandou quando o roteiro de uma criança ali raptada chegou às livrarias e logo foi retirado das prateleiras, a pedido de uma comissão nacional voltada para a educação desses povos. “Crianças foram removidas dessa área por mais de um século em nosso país e não queremos perpetuar essa história”, disparou Sharon Davis, a presidente-executiva da organização. “Nunca foi minha intenção”, desculpou-se o chef, que retornou ao bem mais conhecido terreno das caçarolas.
Com reportagem de Giovanna Fraguito e Nara Boechat
Publicado em VEJA de 15 de novembro de 2024, edição nº 2919