No desfile em carro aberto, o carrancudo Carlos Bolsonaro quebrou o protocolo e foi o terceiro passageiro, sentado com os pés sobre o banco traseiro. Para o segundo filho do presidente, um dos riscos do desfile em carro aberto era a possibilidade de um tiro vindo de trás. Havia seis homens da Polícia Federal acompanhando a comitiva a pé, além de milhares de policiais ao redor (incluindo snipers em cima dos ministérios) e quatro pontos de revista para impedir a chegada de armas à Esplanada.
Para o desconfiado Carlos, nada disso bastava, e a proteção efetiva do pai só seria garantida pelas costas largas do filho vereador. Há pouco mais de um mês, Carlos insinuou, no Twitter, que alguém de dentro da equipe do presidente quer matá-lo: “A morte de Jair Bolsonaro não interessa somente aos inimigos declarados, mas também aos que estão muito perto”. Mais recentemente, no que parece ser uma crítica aos bolsonaristas de ocasião, afirmou na rede social que “muita gente já usou Bolsonaro de papel higiênico”. Caramba.
Publicado em VEJA de 9 de janeiro de 2019, edição nº 2616