José Marcos Chaves Ribeiro, o ex-motorista da socialite Regina Lemos Gonçalves, que o acusou de tê-la mantido em cárcere privado por 10 anos, prestou depoimento nesta quinta-feira, 16, na 12ª DP (Copacabana). A socialite, parentes e amigos afirmam que ela era mantida isolada em seu próprio apartamento no Edifício Chopin, vizinho do Copacabana Palace. O ex-funcionário, porém, alega que os dois tinham um relacionamento amoroso. A defesa de José Marcos entrou com um pedido para que o inquérito que investiga o caso seja trancado. A Justiça negou o pedido na terça-feira, 14.
“Não existe, data vênia, a menor condição de se deferir qualquer liminar por ora, para fins de trancamento de inquérito policial ou concessão de salvo conduto ao pretenso paciente José Marcos, dado o aparente grau de complexidade do fato que está a motivar a presente impetração. A rigor, parece-me estar havendo uma grave disputa de patrimônio entre José Marcos e familiares de Regina, sendo que a interdição de Regina não impede que ela mesma venha a se tornar, eventualmente, vítima de violência a ser apurada em regular investigação criminal”, diz um trecho da decisão do juiz André Felipe Veras de Oliveira, da 32ª Vara Criminal.
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Em 2021, Regina e ele assinaram uma escritura de união estável. Ele tinha 50 anos, ela 85. No documento, consta que os dois estavam em pleno uso de suas faculdades mentais e que, em caso eventual de incapacidade mental, deve ser nomeado como seu curador e representante legal o outro. No caso, José Marcos. Agora, a disputa segue caminhos diferentes nos tribunais. Enquanto a alegação de violência é analisada pela justiça criminal, a questão do patrimônio cabe à justiça cível.