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Thomas Traumann

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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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O presidente nem-aí

O descaso de Bolsonaro com a própria doença retrata sua desconsideração com outros pacientes

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2020, 18h49 - Publicado em 8 jul 2020, 14h45
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  • O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, come cachorro-quente em uma lanchonete de rua, em Brasília (Adriano Machado/Reuters)

    Nos últimos quatro meses, Jair Bolsonaro foi criticado corretamente por estar jogando com a vida de milhões de brasileiros. Ao minimizar a pandemia de coronavírus, boicotar a quarentena e sabotar o trabalho do Ministério da Saúde, o presidente tornou-se corresponsável pela contaminação desenfreada e pelas mortes de milhares de brasileiros. 24 horas depois de anunciar que ele também contraiu o vírus, Bolsonaro agora joga com a própria vida.

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    O presidente poderia estar hoje falando da confiança nos médicos, do privilégio de ter apoio familiar e mostrar solidariedade com outros contaminados. Em vez disso, faz propaganda de um remédio com colaterais sérios, minimiza os sintomas da Covid-19 e demonstra zero empatia com as dezenas de pessoas com quem manteve contato nos últimos dias e que podem ter contraído o vírus. 

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    Bolsonaro demonstra ainda desconsideração com o próprio cargo. A história presidencial é uma coleção de tragédias. Afonso Pena morreu de pneumonia faltado mais de um ano para terminar o mandato, enquanto Delfim Moreira atravessou parte da sua presidência sofrendo de esclerose precoce. Dois presidentes foram afastados quando estavam hospitalizados (Café Filho e Costa e Silva) e dois morreram antes da posse (Rodrigues Alves e Tancredo Neves). A promessa de abertura do Regime Militar passou sufoco quando João Figueiredo implantou duas pontes de safena nos EUA e dois anos depois o país acompanhou a lenta agonia da internação e morte de Tancredo.

    Com a democracia, os presidentes passaram a divulgar sem melindres os seus testes de check-up. Dilma Rousseff, que havia se recuperado de um câncer antes da presidência, e Michel Temer, que já no cargo se submeteu a uma cirurgia na próstata, foram transparentes na divulgação de seus exames. Recuperado de cirurgias complexas para superar o atentado de 2018, Bolsonaro deveria ter um compromisso em cuidar da saúde.

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    O descaso de Bolsonaro com a própria doença retrata sua desconsideração com outros pacientes. O presidente fez escândalo para divulgar os primeiros testes de Covid-19, foi à Justiça para não usar máscaras em público com os demais cidadãos do Distrito Federal e, mesmo diagnóstico com a doença, segue com ar blasé. 

    Quem tem ou teve parentes internados com Covid-19 conhece a montanha-russa de dias bons, seguidos de dias ruins e outros péssimos, uma agonia de esperanças e angústias. Ao não levar sua doença a sério, Bolsonaro presta um desserviço à saúde pública e ao cargo que ocupa.

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