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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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O feel bad factor

Índice de Bolsonaro sobe, acompanhando melhora na avaliação de governo, mas crescimento depende da economia

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 abr 2022, 18h01 - Publicado em 26 abr 2022, 08h52

Embora com diferenças nos ritmos, as pesquisas têm mostrado um quadro similar: Lula chegou ao teto histórico do PT desde 2006 oscilando acima de 40% das intenções de voto; Bolsonaro vem crescendo acima dos 30%, ganhando todos os votos que antes eram de Sergio Moro. No segundo turno, a diferença entre os dois também se reduziu — caindo a 5 pontos percentuais no PoderData, 10 pp no Ipespe e 11 no Ideia. Em todas as pesquisas, a avaliação do governo Bolsonaro vem despiorando, ou seja, a reprovação está caindo.

Olhando apenas a evolução desses números e a capacidade do campo lulista de tropeçar nas próprias pernas nas últimas semanas, é natural prever que Bolsonaro seguirá reduzindo a vantagem e embolando as apostas.

Bolsonaro, no entanto, também tem um teto. E, ao contrário de Lula, esse teto está diretamente vinculado à frustração do brasileiro com as atuais condições de vida. Sem uma alteração real na inflação e na perspectiva de prosperidade, o crescimento de Bolsonaro tem limite e ele será alcançado em alguns meses.

Pontos fundamentais para entender o teto de Bolsonaro:

56% acham que Bolsonaro não merece ser reeleito (Ideia)

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61% não votariam em Bolsonaro de jeito algum (Ipespe)

62% acham que o Brasil está indo para o rumo errado (Ipespe)

74% acham que os preços vão seguir aumentando nos próximos meses (Quaest)

46% acham que a economia é o maior problema do país (Quaest)

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61% acham que o Brasil está no rumo errado (Ideia)

70% acham que a prioridade do próximo presidente deveria ser criar empregos (Ideia)

Bolsonaro pode engajar milhões de fanáticos contra o STF, usar a pauta do aborto para mobilizar os evangélicos e investir no antipetismo entre os mais ricos, mas tudo isso ainda tem efeito limitado. Ele precisa de uma melhora no humor da sociedade que a faça acreditar que seria bom manter o seu governo.

Na economia, existe uma expressão em inglês para definir o bom humor da sociedade, o “feel good factor”, o otimismo que faz o consumidor gastar e o empresário investir, confiantes que dias melhores virão. No Brasil de 2022, o que se vê é um “feel bad factor”, um pessimismo generalizado sobre as perspectivas com inflação, geração de emprego e crescimento econômico. Sem alterar esse humor da sociedade, Lula segue favorito e Bolsonaro vai depender dos erros do PT para ganhar.

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