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Thomas Traumann Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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Exclusivo: quem são os eleitores que rejeitam Bolsonaro e Lula

Pesquisa mostra que um em cada quatro eleitores prefere uma terceira opção

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 set 2021, 10h20 - Publicado em 14 set 2021, 12h50
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  • A terceira via não conseguiu encher duas quadras na Avenida Paulista no último domingo, mas sobrevive como esperança de milhões de eleitores que buscam uma opção viável a Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva na eleição de 2022. Existe uma brecha real para um candidato Nem-Nem? A pedido de VEJA, a Quaest/Genial produziu o mais detalhado estudo sobre os eleitores Nem-Nem.

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    Pesquisa nacional realizada entre 26 e 29 de agosto com 2 mil entrevistas mostrou que posto diante de três opções os eleitores se repartiram assim:

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    45% Lula
    23% Bolsonaro
    25% Nem Bolsonaro, Nem Lula

    Nas condições atuais, Lula está perto de vencer já no primeiro turno, mas o potencial de votos de um candidato Nem-Nem é grande.

    Detalhamento da sondagem mostra que a demanda por um candidato Nem-Nem é do Sudeste e Sul:

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    22% estão em São Paulo
    13% Rio de Janeiro
    9% em Minas Gerais
    7% Rio Grande do Sul e Santa Catarina
    6% Paraná

    O perfil dos eleitores Nem Nem:

    64% trabalham com carteira assinada
    56% mulheres
    48% idade entre 35 e 60 anos
    40% votaram em Bolsonaro no segundo turno de 2018
    48% católicos
    39% ensino fundamental
    36% tem Superior completo ou incompleto
    35% região Sul
    34% se informam por portais de notícias
    32% ganham mais de 5 salários-mínimos

    O eleitor Nem-Nem é tão crítico do governo Bolsonaro quando os lulistas.

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    70% estão muito preocupados com a pandemia
    73% acham que a economia piorou.

    Eles têm posturas contrárias aos bolsonaristas em temas como a confiança nas urnas eletrônicas, liberação de posse de arma, direitos das mulheres, debate de sexualidade nas escolas, contra a privatização, reajustes de salários e defesa do SUS.

    Quando confrontados com os nomes possíveis, os eleitores se dividem assim:

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    Ciro Gomes (PDT)

    33% conhecem e poderiam votar
    53% conhecem e não confiam
    11% não conhecem

    João Doria (PSDB)

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    20% conhecem e poderiam votar
    57% conhecem e não votariam
    19% não conhecem

    Eduardo Leite (PSDB)

    10% conhecem e poderiam votar
    28% conhecem e não votariam
    60% não conhecem

    Rodrigo Pacheco (PSD)

    7% conhecem e poderiam votar
    31% conhecem e não votariam
    60% não conhece

    Simone Tebet (MDB)

    5% conhecem e poderiam votar
    14% conhecem e não votariam
    80% não conhecem

    O governador João Doria é conhecido e muito rejeitado. Candidato a presidente pela quarta vez, Ciro Gomes é o mais conhecido e tem alta rejeição. O governador Eduardo Leite e os senadores Rodrigo Pacheco e Simone Tebet são desconhecidos mesmo para os eleitores não querem votar em Lula e Bolsonaro.

    Não é um quadro simples. Desde que Lula recuperou os direitos políticos, já desistiram de serem candidatos o ex-ministro Sergio Moro, o apresentador Luciano Huck e o executivo João Amoêdo. Quando confrontados com Lula e Bolsonaro, a terceira via some. Lula fica com 465, Bolsonaro, 26%; Ciro, 8% e Doria, 6%. Faltando pouco mais de um ano para as eleições, a terceira via é uma miragem.

    Mas se existe demanda, é provável que haverá oferta. Para crescer, os candidatos a terceira terão de iniciar suas campanhas no Sudeste-Sul e centrar a sua artilharia em Bolsonaro. O antipetismo tosco dos pixulecos já está ocupado pelo bolsonarismo e as ruas no domingo mostraram que alguns movimentos são mais fortes no twitter do que na vida real.

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    Por duas vezes, a terceira via quase deu certo. Em 2002, o governo Fernando Henrique era tão impopular que o eleitor conservador flertou com Roseana Sarney, Ciro Gomes e Anthony Garotinho e no final votou em Lula. A uma semana do primeiro turno de 2014, Marina Silva tinha um segundo lugar que foi perdido por um péssimo desempenho nos debates e falta de estrutura partidária. Os dois episódios trazem lições. No primeiro caso, só um governo fraco como o de FHC em 2002 permite a possibilidade de sequer chegar ao segundo turno. O exemplo de 2014 mostra que eleições presidenciais são plebiscitárias por natureza. Para chegar a enfrentar Lula num segundo turno, os Nem-Nem primeiro precisam derrotar Bolsonaro.

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