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Thomas Traumann

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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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A transição para os juros mais altos

Campos Neto e Galípolo devem atenuar divergências para ter votação unânime em reunião do Copom

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 17 set 2024, 12h11 - Publicado em 17 set 2024, 08h46
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  • Roberto Campos Neto e Gabriel Galípolo
    Roberto Campos Neto e Gabriel Galípolo: atual e futuro presidente do Banco Central (Marcelo Camargo/Agência Brasil/Pedro França/Agência Senado/Montagem/VEJA)

    Os juros vão cair nos Estados Unidos e subir no Brasil nesta quarta-feira, 18, nas reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) e do Fed, o banco central americano. As decisões em sentidos opostos mostram não apenas momentos diferentes — a economia dos EUA está em retração, enquanto a do Brasil roda em pleno emprego — como a força de duas transições no Brasil. A primeira, visível a todos, é o início de um novo ciclo de alta de juros depois de treze meses de cortes e estabilidade.

    A segunda transição, mais complexa e subterrânea, é a troca de comando entre o presidente que encerra seu mandato em 31 de dezembro, Roberto Campos Neto, e aquele que dará início a um novo, em 1º de janeiro, Gabriel Galípolo.

    Paradoxalmente, Campos Neto, indicado por Bolsonaro, prefere um ciclo de alta menos intenso, iniciando com 0,25 ponto percentual. Precisando mostrar sua autoridade junto ao mercado financeiro, Galípolo — nomeado por Lula — defende um caminho mais agressivo, para não ter que manter o ciclo de alta ao longo de 2025, quando assumir a direção da política monetária. Com Galípolo, o mal se faz de uma vez.

    Prestes a deixar o cargo, Campos Neto prefere acompanhar o que vai acontecer com os juros dos EUA para tomar as próximas decisões no Brasil. Com quatro anos de mandato à frente, Galípolo enxerga a economia do Brasil crescendo no limite, com pleno emprego e inflação altista, possivelmente agravada pela seca histórica — a receita clássica de intervenção do BC.

    Será curioso acompanhar a reação do PT ao voto pró-alta de juros de seu indicado a presidente do BC.

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    As falas contraditórias entre Campos Neto e Galípolo nas últimas semanas refletem as diferenças de timing, de estilo, de avaliação sobre o momento econômico e um tanto de vaidade. Todas as vezes que o futuro presidente deu palestras indicando sua preocupação com a inflação, o atual fez, logo em seguida, intervenções para mostrar sua discordância.

    As divergências entre Campos Neto e Galípolo já provocaram o pior momento do BC no último ano, quando no Copom de maio os cinco diretores ligados ao primeiro votaram de um jeito e os quatro ligados ao segundo votaram de outro. O mercado enxergou uma politização no BC e todas as perspectivas econômicas para o Brasil pioraram. Os dois lados perderam.

    A partir de então, houve um acordo não escrito de que as decisões do BC passariam a ser por unanimidade. A divergência interna segue liberada, mas há uma tendência para que todos apoiem o lado vencedor. Essa unanimidade na votação tende a se repetir no Copom desta quarta-feira.

    A dúvida é a mensagem do comunicado, o texto explicativo divulgado junto com a decisão dos juros. Para iniciar um ciclo de alta, o BC precisa detalhar os motivos da mudança de rumo (afinal, houve cortes sucessivos de juros de agosto de 2023 até maio deste ano) e dar uma direção sobre o tamanho e a intensidade do ciclo. Campos Neto e Galípolo têm discordâncias nesses dois pontos.

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