Clique e Assine VEJA por R$ 9,90/mês

Nova Temporada

Por Fernanda Furquim Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Este é um espaço dedicado às séries e minisséries produzidas para a televisão. Traz informações, comentários e curiosidades sobre produções de todas as épocas.
Continua após publicidade

Noventa anos de Warner Brothers

Este mês o estúdio Warner Brothers comemora 90 anos de existência. Fundada pelos irmãos Albert, Harry, Sam e Jack, a Warner, como é conhecida, iniciou suas atividades no dia 4 de abril de 1923. Filhos de imigrantes judeus originários da Polônia, os irmãos já trabalhavam na indústria cinematográfica quando deram início a um império de sonhos, tendo […]

Por Fernanda Furquim Atualizado em 31 jul 2020, 06h31 - Publicado em 7 abr 2013, 12h46
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Publicidade

    Este mês o estúdio Warner Brothers comemora 90 anos de existência. Fundada pelos irmãos Albert, Harry, Sam e Jack, a Warner, como é conhecida, iniciou suas atividades no dia 4 de abril de 1923.

    Publicidade

    Filhos de imigrantes judeus originários da Polônia, os irmãos já trabalhavam na indústria cinematográfica quando deram início a um império de sonhos, tendo como astro de primeira grandeza o cão pastor Rin Tin Tin. Lançado em julho de 1923, o filme Where the North Begins foi o primeiro de uma série cinematográfica composta de 27 títulos estrelada pelo cachorro francês adotado por um soldado americano durante a 1ª Guerra Mundial.

    Ao longo da década de 1920, a Warner começou a investir no desenvolvimento do cinema falado. Fazendo experiências com filmes de curta metragem, o estúdio lançou cerca de oito títulos que, com o auxílio de um Vitaphone, introduziam trilha sonora em determinadas cenas ou sequências musicais. Em 1926, foi lançado Don Juan, filme estrelado por John Barrymore que abriu caminho para O Cantor de Jazz/The Jazz Singer, o primeiro filme de longa metragem falado. Estrelado por Al Jolson, o filme foi lançado em 1927 trazendo alguns diálogos sonoros, bem como músicas.

    Publicidade

    O sucesso do filme estabeleceu o estúdio, que liderou a transição do cinema mudo para o falado. Ao longo dos anos de 1930, o estúdio fez fama com filmes de gângsters e começou a investir na produção de desenhos animados. Na década seguinte seu forte era a produção de dramas de guerra, incluindo o mais famoso entre eles: Casablanca, versão cinematográfica da peça Everybody Comes to Rick’s.

    Continua após a publicidade

    Warner Brothers Presents

    Publicidade

    Nas décadas de 1940-1950 surgiu a televisão, veículo que foi visto como uma ameaça pelos estúdios de cinema. Unindo forças com a Paramount, Fox, MGM e RKO, a Warner criou obstáculos para evitar que a televisão crescesse muito rápido ou que explorasse uma programação com melhor qualidade de conteúdo e tecnologia. Um dos recursos utilizados pelos estúdios era o de impedir a venda de determinadas obras literárias e peças teatrais para serem adaptadas pela TV. Outro recurso era o de proibir profissionais da área (técnicos, diretores, atores, produtores e roteiristas) de trabalharem no veículo.

    Isto não significava que os estúdios não estavam financeiramente interessados no novo veículo. Embora a tecnologia ainda não existisse, os grandes estúdios já pensavam em investir na TV através de um sistema de pay-per-view ou TV por assinatura.

    Publicidade

    Tentando competir com a TV, o cinema investia em produções Technicolor, 3-D, Cinemascope, filmes épicos, musicais e produções voltadas para o público adolescente. Com isso eles esperavam vencer a competição tanto no mercado doméstico quanto internacional. Mas, em 1955, o novo veículo já tinha conseguido atrair dois nomes de peso da indústria cinematográfica: Walt Disney e Alfred Hitchcock, além de oferecer a exibição de filmes antigos produzidos para o cinema antes de 1948 como ‘tapa buraco’ na programação.

    Continua após a publicidade

    Vivendo uma situação cada vez mais precária com a perda do controle das salas de exibições, com a ‘declaração de independência’ de diversos profissionais do cinema (que se tornavam independentes escolhendo os trabalhos que lhes interessavam e/ou criando suas próprias produtoras), e com a migração da classe média e alta para os subúrbios (afastando-se dos grandes centros urbanos onde se encontravam as salas de cinema), os estúdios começaram a ceder.

    Publicidade

    A Warner Brothers foi o primeiro grande estúdio a migrar para a televisão. Utilizando seu próprio nome (e não uma subsidiária) a Warner começou a produzir séries de TV em 1955. Associando-se ao canal ABC, o estúdio criou o programa Warner Brothers Presents, através do qual exibiria séries com o objetivo de explorar o veículo financeiramente e estabelecer o nome do estúdio no cotidiano do telespectador (muitos dos quais nunca tinham entrado em uma sala de cinema).

    Reutilizando cenários de seus filmes, bem como imagens já filmadas (especialmente cenas de ação e panorâmicas), a Warner reduziu o custo de produção de suas séries, que também apresentavam roteiros readaptados de filmes ou produzidos de forma generalizada sem se ater a personagens específicos para que pudessem ser interpretados por qualquer tipo de ator.

    Astros dos faroestes da Warner na década de 1950 (E-D): Will Hutchins (Sugarfoot), Peter Brown (Lawman), Jack Kelly (Maverick), Ty Hardin (Bronco), James Garner (Maverick), Wayde Preston (Colt 45), John Russell (Lawman)

    Continua após a publicidade

    O programa estreou em 13 de setembro de 1955. A primeira imagem que se via era uma panorâmica do estúdio e seu logo, seguido do título da série que seria exibida naquele dia e horário. Após a exibição das séries, apresentadas em sistema rotativo semanal, o programa introduzia um apresentador (na época Gig Young), para mostrar ao público os bastidores de produção do próximo sucesso cinematográfico do estúdio.

    Neste primeiro pacote de séries foram exibidas Cheyenne, faroeste estrelado por Clint Walker (que tinha contrato com a Warner para trabalhar como dublê e figurante em filmes), e as versões televisivas de Casablanca (que dava continuidade à situação vista no filme) e Kings Row, adaptação do filme Em Cada Coração um Pecado. Apenas a primeira série sobreviveu. Casablanca, estrelada por Charles McCraw (Rick) e Marcel Dalio (Louis Renault) teve apenas dez episódios produzidos. Kings Row teve uma vida mais curta, com apenas sete episódios. Cheyenne levou a ABC ao terceiro lugar na audiência entre os quatro grandes canais da época (NBC, CBS, DuMont e ABC).

    Para cuidar da produção televisiva, o estúdio criou um departamento especial, que recebeu o nome de Warner Television Productions, comandado na época por William T. Orr, genro de Jack Warner, que se tornaria o único proprietário da Warner Brothers. Um dos novos roteiristas contratados pelo departamento era Roy Huggins, que criou Cheyenne bem como outros sucessos da Warner na TV: Maverick e 77 Sunset Strip. Huggins deixou a Warner em 1960. Três anos depois, trabalhando na MCA/Universal Television, ele criou as séries Arquivo Confidencial, O Homem de Virgínia e Baretta. Ele também é conhecido como o criador de O Fugitivo, produção da United Artists Television e Quinn Martin Productions.

    Mas a maior contribuição de Huggins para a TV foi a disputa contratual que ele travou com a Warner, que modificaria a estrutura criada pelo estúdio para a produção de séries. Buscando explorar o veículo comercialmente, a Warner decidiu não dividir os créditos ou direitos autorais com outras empresas ou profissionais. Desta forma, a Warner omitia os nomes dos roteiristas contratados para a criação de séries e programas (apresentados como uma criação do estúdio).

    Continua após a publicidade

    Acontece que Huggins criara 77 Sunset Strip na década de 1940, como literatura policial. Para não ter que pagar ao roteirista os direitos autorais ou sequer creditar seu nome, a Warner tentou legitimar sua decisão de omitir o nome de Huggins lançando o episódio piloto no circuito cinematográfico do Caribe. Assim, ao ser produzida, a série foi apontada pelo estúdio como uma versão televisiva do filme, ignorando totalmente a referência literária.

    Huggins deixou a Warner, iniciando um processo contra o estúdio. Assim, ao ser contratado por outras empresas, ele passou a estipular uma cláusula que obrigava os estúdios a incluírem seu nome nos créditos sempre que uma série fosse produzida (recebendo por ela mesmo que ele não estivesse envolvido no dia a dia da produção). Este contrato passou a servir de modelo para outros roteiristas que trabalhavam para a TV via estúdios de cinema. Tornando-se coproprietários de suas obras, os roteiristas, que também atuavam como produtores, passavam a ter direitos de negociação do produto para venda a canais regionais, internacionais (e posteriormente para home vídeo). Assim, o pote de ouro que a TV tinha se tornado para os grandes estúdios criava armadilhas que precisavam ser evitadas para que eles pudessem deter os direitos totais da exploração comercial dos produtos lançados por eles.

    Batizada por historiadores como ‘produção industrial’ (em contraste com a produção ‘manufaturada’ dos pequenos estúdios), as séries da Warner utilizavam fórmulas consagradas, tipos como personagens e a reutilização de roteiros e situações já vistos em outras séries ou filmes, poupando assim tempo e dinheiro.

    Interessada apenas no lucro, a Warner tinha a seu dispor uma estrutura cinematográfica, pela qual utilizava atores (e outros profissionais) sob contrato. Desconhecidos do grande público, eles se tornaram astros da TV, mas seus salários continuavam os mesmos. Por contrato, eles eram obrigados a estrelar suas séries, fazer participações especiais em episódios de outras produções da Warner, participar dos eventos que divulgavam suas produções e ainda figurar em filmes do estúdio. Em 1963, em função de uma decisão judicial, a Warner foi obrigada a liberar esses atores de seus contratos, permitindo que eles se tornassem independentes.

    Continua após a publicidade

    Filmando em uma velocidade que derrubava as produtoras menores e copiando produções que faziam sucesso com a concorrência, a Warner (e outros grandes estúdios que vieram depois) passou a fazer parte do cenário televisivo. Em 1989, a Warner adquiriu a Lorimar-Telepictures Corporation, produtora independente que oferecia seus produtos às grandes redes e a canais regionais (sendo proprietária de cinco deles).

    Ao longo dos anos, a Warner ampliou sua presença na TV em diversas áreas. Em termos de produção, o estúdio é responsável atualmente pelas séries Two and a Half Men, The Big Bang Theory, Supernatural, The Mentalist, The Vampire Diaries, Southland, The Middle, Nikita, Mike & Molly, Shameless (versão americana), 2 Broke Girls, Hart of Dixie, Person of Interest, Suburgatory, Revolution, Major Crimes, Arrow, The Carrie Diaries, The Following, The Cult, Golden Boy, Pretty Little Liars, Rizzoli & Isles, Dallas (nova versão), Longmire, The Lying Game e Sullivan & Son, entre outros.

    Cliquem na segunda foto para ampliar.

    No vídeo, algumas das séries da Warner nas décadas de 1950 e 1960:

    [youtube https://www.youtube.com/watch?v=xQ-FokKTdtM&w=620&h=330%5D

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 9,90/mês*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.