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Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming
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Série ‘Inside Man’ leva a ética ao limite — e junto a paciência do público

Produção da Netflix virou sucesso de audiência ao explorar a essência moral de pessoas comuns que só precisam de um dia ruim para virar assassinas

Por Kelly Miyashiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 18 nov 2022, 09h47

Doutorado em criminologia, o brilhante Jefferson Grieff (Stanley Tucci) é um preso no corredor da morte dos Estados Unidos por ter assassinado a esposa de forma brutal. O condenado dedica seus últimos dias de vida resolvendo crimes a pedido do diretor da prisão, um homem fascinado pela habilidade do encarcerado de enxergar detalhes que ninguém mais consegue ver. Na trama de Inside Man, minissérie da Netflix em parceria com a emissora inglesa BBC, Grieff ostenta privilégios excessivos para um criminoso, o que chama a atenção da jornalista investigativa Beth Davenporth (Lydia West). O artifício do prisioneiro brilhante e privilegiado já foi usado em várias outras séries, como The Mentalist e The Blacklist, mas na produção que virou sucesso de audiência da plataforma, tudo vai um pouco além do que já foi visto. Para o bem e para o mal. 

Na busca por uma manchete, a repórter viaja da Inglaterra até o presídio de segurança máxima para entrevistar Grieff. Paralelamente a isso, Janice, uma professora particular de matemática, vai lecionar Ben, o filho do vigário Harry (David Tennant), e descobre um pen drive contendo pornografia infantil acreditando que o jovem é pedófilo. O religioso não consegue explicar que o objeto pertence a um sacristão da igreja e, temendo pela reputação do filho e a própria, tranca a tutora no porão de sua casa, iniciando uma crise moral sobre matar ou não a professora. A produção tenta provar a tese de que princípios são facilmente corrompidos quando situações desagradáveis fogem ao controle.

A questão moral é a espinha dorsal de Inside Man. Inteligente, cordial e irônico, Grieff foge completamente do estereótipo de um assassino frio e calculista, explicando que qualquer pessoa pode virar uma assassina desde que tenha um dia ruim e uma oportunidade. O roteiro exagera na eficiência da mente do prisioneiro. Assistindo a um vídeo e refletindo por algumas horas, ele consegue solucionar o desaparecimento de um homem sumido há cinco anos em um estalar de dedos — logo, os investigadores do caso deviam ser realmente incompetentes. Em contrapartida, o vigário assume uma sequência de decisões estúpidas como manter a professora em cárcere privado e se incriminar como pedófilo para livrar o filho de uma possível investigação. Com quatro capítulos, a trama prende pelo desfecho cheio de reviravoltas. Mas o saldo final se resume a uma trama irritante de enredos mirabolantes com personagens inverossímeis e apáticos – salva a exceção do protagonista de Stanley Tucci e seu companheiro (de corredor da morte) carismático Dillon (Atkins Estimond). Apesar do elenco estrelado e da ideia interessante, Inside Man é nada mais que uma fábula presunçosa sobre os limites do bom senso.

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