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Por Kelly Miyashiro
Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming
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Criadores de ‘The Wire’ voltam ao tema da corrupção policial

Minissérie 'A Cidade É Nossa' vale-se do mesmo choque providencial de realismo ao retratar o caso de oficiais convertidos numa milícia em Baltimore

Por Amanda Capuano Atualizado em 9 Maio 2022, 11h50 - Publicado em 7 Maio 2022, 08h00

Em março de 2017, oito policiais chegaram ao Departamento de Polícia de Baltimore para esclarecer os detalhes de uma operação que acabou com um carro danificado. Chefiado pelo sargento Wayne Jenkins, o grupo foi surpreendido pelo FBI e saiu algemado do local. Integrantes do serviço de controle de armas, os agentes estavam sendo investigados havia meses. A equipe, antes tida como excepcional pelo alto número de apreensões de armas e drogas, era na verdade uma milícia que aterrorizava moradores, abusava da autoridade, roubava dinheiro e até revendia armas e drogas apreendidas em serviço. Narrado no livro We Own This City, do repórter Justin Fenton, o caso real ganhou as telas na recém-lançada minissérie homônima da HBO, exibida semanalmente no canal e disponível no HBO Max.

We Own This City

Voraz no trato da realidade, A Cidade É Nossa tem a grife de nomes conhecidos das séries criminais: foi criada por George Pelecanos e David Simon, os cabeças por trás da soberba The Wire, uma das produções que estabeleceram o padrão-ouro da televisão americana, também focada no submundo da polícia de Baltimore. No ar entre 2002 e 2008, The Wire — que completa duas décadas em junho — esmiuçou as intrincadas relações de poder entre agentes, políticos, criminosos e a sociedade local. Sua sucessora segue pelo mesmo caminho: com o convincente Jon Bernthal na pele de Jenkins, a trama se divide entre a investigação que deflagrou o caso, aqui comandada pela talentosa Wunmi Mosaku, que dá vida à advogada Nicole Steele, e flashbacks que revelam as ações nada morais de Jenkins e seus subordinados. Na abertura do primeiro episódio, o líder aparece discursando contra a brutalidade, mas as palavras bonitas logo dão lugar a um “topa-tudo” por poder que se espalha como um vírus pela equipe. Impulsionados pela impunidade, e incentivados por uma cultura sádica, os policiais são flagrados plantando drogas e armamentos em carros e redigindo relatórios falsos para mascarar abusos e mortes. “Nós podemos fazer o que quisermos. Somos donos desta cidade”, diz Jenkins aos colegas.

O silêncio dos inocentes
O Clube do Crime das Quintas-Feiras

Contundente ao colocar o dedo na ferida, A Cidade É Nossa oferece um estudo da corrupção no varejo do dia a dia do sistema policial, em que autoridades fecham os olhos para criminosos que agem em prol de seus interesses. Na era pós-Black Lives Matter, a minissérie atualiza as críticas da antecessora ao movimento — como na cena em que moradores ecoam a frase “I can’t breathe”, dita por George Floyd antes de ser assassinado por um policial branco. É dramaturgia de primeira, e realismo necessário na veia.

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Publicado em VEJA de 11 de maio de 2022, edição nº 2788

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