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Por Kelly Miyashiro
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Atriz iraniana de ‘Anéis de Poder’ eleva o tom contra governo de seu país

Nazanin Boniadi falou a VEJA sobre seu ativismo e como essa postura se reflete em sua personagem na série

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 set 2022, 10h51 - Publicado em 28 set 2022, 10h45

Nazanin Boniadi tinha 1 mês de vida quando seus pais fugiram do Irã e pediram asilo na Inglaterra. Era o começo de 1980 e o país árabe fora tomado pela Revolução Iraniana, no qual o governo assumiu as leis islâmicas como regra geral. Criada em Londres, a jovem estudou medicina antes de se envolver com a atuação, jornada que a colocou como escolha ideal para a personagem Bronwyn, uma curandeira em O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder. Mesmo longe de sua terra natal, Nazanin, hoje com 42 anos, se tornou uma ativista vocal contra o governo iraniano. Essa postura se acentuou nas últimas semanas com a morte da jovem Mahsa Amini, 22 anos, enquanto estava sob custódia da polícia moral no Teerã pelo uso considerado incorreto do hijab, véu usado na cabeça que é obrigatório por lei no país.

“Precisamos de sua ajuda”, escreveu Nazanin nas redes sociais. “A polícia iraniana continua a matar manifestantes. A indignação e empatia pela morte de Mahsa Amini deve ser seguida de passos concretos pela comunidade internacional contra a crise sistêmica de impunidade das autoridades iranianas que permite a tortura, execuções e outras formas ilegais de morte dos cidadãos.” Antes da trágica morte de Mahsa, a atriz falou a VEJA via Zoom sobre como sua vida pessoal de refugiada e ativista se relacionava com a de Bronwyn, na série inspirada na obra de J.R.R. Tolkien.

Que tipo de preparação fez para interpretar Bronwyn? Minha personagem se assemelha com a minha própria vida. Eu fiz um programa preparatório de medicina, e ela é uma curandeira. Eu ia ser médica, sou ativista, e a Bronwyn também é uma espécie de refugiada, como eu, que luta pelo seu povo e sua terra. Me inspirei muito nessas minhas experiências.

As personagens femininas se tornaram gigantes nas séries de fantasia. Como enxerga sua personagem nessa revolução? Há uma presença feminina muito forte na série. Em todos os núcleos há uma líder feminina. Eu amo o fato de que Bronwyn é multifacetada. Ela não é apenas uma mãe e um par romântico, mas também é uma líder, ela explora essa força interior. Eu luto muito pelos direitos das mulheres no Irã, que estão na vanguarda da mudança no país e lutam por seus direitos. Tem uma palavra em persa que significa “leoa” e nós chamamos as mulheres no Irã que lutam por condições melhores de “leoas”, eu as canalizei para Bronwyn. Eu me identifico, eu observo essas mulheres e o que elas fazem no Irã para mudar o mundo.

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Seu ativismo então é parte da série? Quando conheci o Ismael Cruz Córdova (que interpreta o elfo Arondir, seu par na série, e é porto-riquenho), logo nos conectamos, pois ele também é um ativista. Lutamos por nossos países. Agora, significa muito para as nossas comunidades poder nos ver nessa posição. Para que os jovens iranianos e porto-riquenhos, ou afro-latinos, possam se ver representados nas telas. Esta união transcultural de um afro-latino e uma iraniana na tela é novidade e vai abrir as mentes de nossas comunidades, e das divisões dentro das próprias comunidades. Anéis de Poder é uma série sobre parceria, é uma série sobre união e superação de obstáculos, e de que melhor maneira e momento, em 2022, para mostrar isso, do que com esse elenco?

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