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Recessão: do ‘recuo’ latino ao eufemismo econômico

A caminho de ser a 'Palavra do Ano', termo ganhou seu sentido atual após a quebra da Bolsa americana em 1929

Por Sérgio Rodrigues
Atualizado em 31 jul 2020, 00h36 - Publicado em 28 ago 2015, 13h15

crash de 29O Brasil está oficialmente em recessão, termo que o português foi buscar no latim recessionis (“ação de se afastar, recuo, retrocesso”) e que já havia levado o título de Palavra da Semana em agosto do ano passado.

Paciência, repita-se a coluna. Em breve, ninguém duvida, “recessão” será a Palavra do Ano.

Só no século XX o termo ganhou emprego no vocabulário econômico. Significativamente, isso se deu pela primeira vez em inglês, na esteira da quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929.

O lexicógrafo britânico John Ayto, da equipe do dicionário Oxford, o mais importante da língua inglesa, afirma que a acepção econômica de “recessão” contém “mais que um traço de eufemismo”. Segundo sua tese, o vocábulo, com seu jeitão frio e técnico, surgiu para conter o alarmismo que palavras mais cruas, como “crise”, poderiam provocar.

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Economistas gostam de eufemismos – “crescimento negativo” é o maior clássico do gênero –, mas a recessão iniciada em 1929 foi tão grande e desvastadora que desmoralizou qualquer possibilidade de atenuamento, transbordando de seu próprio sentido para desaguar num termo ainda mais aterrorizante: “depressão”.

Se a fronteira entre esses dois estados econômicos doentios não é muito clara, pois economia nunca foi ciência exata, vale lembrar uma boa tirada do ator e presidente americano Ronald Reagan: “Recessão é quando seu vizinho perde o emprego. Depressão é quando você perde o seu”.

De uma forma ou de outra, o ex-eufemismo não demorou a perder o poder de acalmar alguém, como o assustador estado da economia brasileira demonstra mais uma vez.

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