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Sobre Palavras Por Sérgio Rodrigues Este blog tira dúvidas dos leitores sobre o português falado no Brasil. Atualizado de segunda a sexta, foge do ranço professoral e persegue o equilíbrio entre o tradicional e o novo.
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Preconceito linguístico na balada

– E aí, gato, nós vai pra sua casa ou pra minha? – O quê?! Hahaha, ufa, você quase me pegou. – Como assim, quase te peguei? – Falando desse jeito aí, “nós vai”. Sabe como é, a gente acaba de se conhecer… Por meio segundo eu pensei que fosse sério. Continua após a publicidade […]

Por Sérgio Rodrigues
Atualizado em 31 jul 2020, 03h35 - Publicado em 29 jun 2014, 10h00
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  • – E aí, gato, nós vai pra sua casa ou pra minha?

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    – O quê?! Hahaha, ufa, você quase me pegou.

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    – Como assim, quase te peguei?

    – Falando desse jeito aí, “nós vai”. Sabe como é, a gente acaba de se conhecer… Por meio segundo eu pensei que fosse sério.

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    – E se fosse sério?

    – Deixa pra lá, minha linda. Lá em casa tem um prosecco na geladeira esperando a gente.

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    – Não, vamos com calma que agora é sério mesmo. Você está sendo submetido a um teste, atenção: e se eu fosse o tipo de mulher que fala “nós vai”, “dez real”, “os livro”, isso ia fazer diferença?

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    – Nossa, mas é lógico, né? Tremenda gata bem vestida, maior pinta de universitária… Aliás, você é universitária?

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    – Não interessa o que eu sou, estou indo pegar um táxi.

    – Ei, espera aí! O que é que eu fiz de errado?

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    – Ah, nada. Só se revelou um porco chauvinista linguístico, como tantos que existem por aí. Uma pena, tão bonitinho…

    – Você só pode estar de brincadeira! Então eu sou obrigado a dormir com uma mulher que fala “nós vai” só pra mostrar que não tenho preconceito?

    – Você não é obrigado a nada, querido. Nem eu, ainda bem. Cada um faz o que quiser com a sua língua, e eu lamento que as nossas tenham se encontrado neste bar.

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    – Mas isso é uma completa maluquice! A gente estava no maior clima bom, não faça uma coisa dessas.

    – Boa noite.

    – Escuta, espera, me dá uma chance. Você quer que eu peço desculpas?

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    – “Que eu peça desculpas”, animal! Cadê o subjuntivo?

    – Hã?

    – Quer ser um elitista preconceituoso, pelo menos aprende a falar direito.

    .
    Publicado em 22/5/2011.

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