Assine VEJA por R$2,00/semana
Política com Ciência Por Sérgio Praça A partir do que há de mais novo na Ciência Política, este blog do professor e pesquisador da FGV-RJ analisa as principais notícias da política brasileira. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Sem Huck, ficamos com o vazio do Agora!

Por enquanto, o Movimento Agora! não apresentou ideias originais

Por Sérgio Praça Atualizado em 27 nov 2017, 17h07 - Publicado em 27 nov 2017, 17h07
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A desistência de Luciano Huck, anunciada hoje, foi anticlimática. É raro que alguém com popularidade crescente se retire do jogo eleitoral. Para a carreira do apresentador, provavelmente foi a melhor decisão. A disputa no ano que vem seria duríssima para um novato na política. Huck ficaria exposto à devassa de seu passado em uma trajetória que nunca foi guiada para o escrutínio público sem um bom esquema de relações públicas.

    Publicidade

    Huck afirma estar disposto a trabalhar efetivamente para estruturar e se juntar a “grupos que assumam a missão de ir a fundo na elaboração de um pensamento e principalmente de um projeto de país para o Brasil”

    Publicidade

    Para isso, nas últimas semanas conversou com economistas como Marcos Lisboa, partidos políticos como o PPS e integrantes do Movimento Agora!, que se define como um “movimento cívico que pretende impactar a agenda pública e a ação política a partir de cidadãos comuns. Queremos atualizar o Brasil e melhorar a vida das pessoas, de todos os batalhadores brasileiros”. Seria muito, muito difícil ser mais vago do que isso. Ou alguém por aí afirmaria o contrário? “Queremos impactar a ação política a partir da elite. (…) Queremos trabalhar para o Brasil continuar atrasado e piorar a vida das pessoas.”

    As palavras do Movimento Agora são vazias. É também difícil espremer conteúdo da agenda inicial que o movimento propõe. Dois exemplos: “reduzir drasticamente a desigualdade” e “garantir a todos os brasileiros educação de qualidade”. Ninguém diria que o Brasil está bem no quesito “igualdade”. Aliás, como afirmam os cientistas políticos Marcus Melo, Carlos Pereira, Lee Alston e Bernardo Mueller, a defesa da inclusão social com equilíbrio macroeconômico é a maior constante da sociedade brasileira nas últimas décadas!

    Publicidade

    Ainda assim, Huck é um comunicador poderoso. Em entrevista a André Petry, diretor de redação de “Veja” no evento Amarelas ao Vivo, disse que o Brasil ser uma economia liberal (entenda-se: capitalista sem conchavos) só funciona com um “olhar afetivo”. Olhar afetivo é política social?, perguntou Petry. Olhar afetivo, respondeu Huck, é ter “muitos programas sociais. O Brasil é muito desigual. Dinheiro tem que ser investido em educação, saúde e inclusão para valer”. O empresário disse que anda muito em favela, muito em comunidade, e quando vê “um moleque de 15 anos com fuzil, aquilo é absoluta falta de oportunidade. O Estado está fora das comunidades. O dinheiro tem que chegar lá”.

    Continua após a publicidade

    Não respondeu sobre assuntos complexos com tiradas engraçadas e frases populistas. Outsider, Huck tem a vantagem de não ter que tratar de intrigas partidárias. Expressa o bom senso do senso comum. Seu maior papel, até agora, foi deixar todos os outros pré-candidatos com jeito de políticos profissionais, carreiristas, e ambiciosos a qualquer custo. Não foi pouco.

    Publicidade

    (Meu livro “Guerra à Corrupção: Lições da Lava Jato” está disponível aqui aqui por R$ 29,90)

    (Entre em contato pelo meu site pessoal, Facebook e Twitter)

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.