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Máscaras de ‘La Casa de Papel’, Daft Punk e Björk compõem exposição

Mostra do Santander reúne artefatos de diferentes etnias e cultura pop; tema sobre diversidade faz parte de acordo com MPF após fechamento da 'Queermuseu'

Por Paula Sperb
Atualizado em 13 ago 2018, 21h49 - Publicado em 13 ago 2018, 16h30

O uso de máscaras em manifestações públicas ou protestos é proibido em diversos países. “Isso mostra o poder que a máscara tem”, disse Marcello Dantas, curador da exposição Etnos: Faces da Diversidade, nova mostra do Santander Cultural, durante apresentação das obras na manhã desta segunda-feira, 13, em Porto Alegre. A exposição abre ao público na quarta-feira, 15, com visitação gratuita.

A mostra reúne máscaras de tribos africanas e indígenas, do folclore mexicano, do candomblé brasileiro e de ícones pop. Entre uma máscara artesanal e outra, há a popular máscara com o rosto do pintor Salvador Dalí, que virou fenômeno mundial por causa da série espanhola La Casa de Papel. Uma das máscaras usadas pela dupla Daft Punk, de música eletrônica, e uma máscara de Medusa usada pela cantora islandesa Björk também são atrações (veja fotos abaixo).

“Se alguém vier aqui para ver a máscara do Darth Vader, vai encontrar uma máscara da Costa do Marfim, maravilhosa, uma manifestação da Colômbia, interessantíssima, ou de Nova Guiné, ou de onde for, eu acho que é essa a beleza da coisa. Você tem várias portas de entrada. Posso vir aqui pelo que eu conheço e posso descobri algo que não conheço. Isso foi deliberado, eu quis. É legítimo. É uma das manifestações do uso da máscara no contemporâneo que é mais verdadeira”, disse a VEJA Dantas, considerado um dos mais importantes curadores do país.

Chamada Moo Gums pelo artista canadense Beau Dick, esta máscara representa o Crooked Beak (“bico torto”), um pássaro monstruoso e devorador de humanos (Galeria Fazakas/Divulgação)

Dantas pesquisou durante um ano para encontrar as 173 máscaras da mostra, que vieram de diferentes acervos, como Museo Rafael Coronel, de Zaratecas, no México, coleções individuais, Museu do Índio e Memorial da América Latina.

“A gente olha para todas as coisas que, de alguma forma, utilizam a máscara como elemento empoderador. Isso é muito forte. É uma das questões-chave. A máscara tem uma capacidade de nos permitir fazer coisas que, sem ela, nós não somos capazes de fazer, para o bem e para o mal”, explicou o curador.

Máscara do povo Dan, da Costa do Marfim, que usa os adornos como intermediário entre o mundo natural e o sobrenatural (Coleção particular/Divulgação)

Segundo Clau Duarte, superintendente de comunicação externa do Santander, a mostra não contará com reforço na segurança por causa do episódio do fechamento da exposição Queermuseu, em setembro do ano passado. Após ataques de grupos como o Movimento Brasil Livre (MBL), que alegavam equivocadamente que a mostra fazia apologia à pedofilia, o Santander decidiu encerrá-la antes do previsto. Nos bastidores, o banco alegou que fechou a exposição por uma questão de segurança dos funcionários, tanto do centro cultural quanto das agências bancárias que também foram atacadas.

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Sujeito mascarado, do português Miguel Moreira e Silva (Alexandra Dias/Divulgação)

A exposição Etnos faz parte do acordo com o Ministério Público Federal (MPF) em que o Santander se comprometeu a realizar duas novas exposições sobre diversidade e diferença. Na época do acordo, o curador da ‘Queermuseu’, Gaudêncio Fidelis, criticou o acordo porque considerou que determinar os temas antes é “censura prévia”. A VEJA, o procurador Enrico Rodrigues de Freitas defendeu o acordo. Mesmo sendo parte do acordo, a proposta da exposição foi elaborada por Dantas antes dos ataques sofridos pela ‘Queermuseu’.

“A mobilização dizia respeito a dar visibilidade política a causas totalmente exógenas à exposição. Ela foi uma plataforma de ataque, não só ao ‘Queermuseu’. Alguns grupos brasileiros decidiram usar a cultura como um alvo, porque era um alvo de alta visibilidade”, opinou Dantas sobre os ataques a exposições de arte e peças de teatro.

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