Quem sabe da próxima vez não falta visão
Bolsonaro e Rogério Marinho estiveram em São Paulo, deram declarações vagas e foram embora sem nada prometer
Depois de esnobar olimpicamente o sofrimento causado pelas enchentes da Bahia e de Minas Gerais, Jair Bolsonaro finalmente se rendeu à pressão de seus auxiliares — e das pesquisas de opinião sobre a reeleição — e se foi visitar São Paulo, onde morreram 24 pessoas desde sábado.
“Faltou visão de futuro por parte de quem construiu”, diagnosticou o presidente.
Bolsonaro se reuniu com prefeitos, mas não se chegou a lugar nenhum. O presidente informou que os prefeitos vão apresentar as suas necessidades e o governo fará o “possível”.
Então, tá, presidente.
Rogério Marinho, ministro do Desenvolvimento Regional, informou que não irá atender ao pedido, feito pelo governador João Doria, de R$ 470 milhões para obras antienchente e serviços emergenciais.
“(Essas obras) não dizem respeito ao momento que estamos vivendo. O governador nos pede R$ 50 milhões para ações emergenciais, mas os prefeitos vão dizer qual é a necessidade de cada prefeitura”, desconversou disse Marinho. Acrescentou que Doria sabe a forma de fazer essa solicitação.
“Isso é fruto de mais de 100 anos de ocupação irregular. Não é um problema que aconteceu hoje.”
Então, tá, ministro.
Faltou visão, sim, mas foi ao eleitor, em 2018.
Quem sabe em outubro deste ano o eleitor terá mais visão.