Rodrigo Maia procura um partido para chamar de seu. Está conversando com PSDB, Cidadania e PSL.
Para Rodrigo ir para o PSDB, o governador João Doria precisaria expulsar Aécio Neves e demonstrar que controla o partido — e isso é difícil de acontecer (já há um bando de tucanos chiando diante da hipótese). E, supondo-se que o governador obtenha o controle do PSDB, se Rodrigo for para lá, fica automaticamente obrigado a apoiar Doria para presidente, perspectiva que não interessa. Sem falar que ninguém gosta muito de Doria e o PSDB é hoje uma marca ruim.
O Cidadania não tem nenhum um cardeal da importância de Doria nem ninguém querendo ser candidato a presidente. Mas é um partido pequeno, sem um tostão — e dinheiro é fundamental. Além disso, assim como ainda existe PFL no DNA do DEM, ainda existe PCB no DNA do Cidadania: há dirigentes que ainda se tratam por “camarada” lá.
O PSL é o típico partido de aluguel brasileiro, foi o trampolim para Bolsonaro, está repleto de bolsonaristas e pertence a Luciano Bivar, personalidade longe de ser confiável. Deveria ser carta fora do baralho, mas, na política, especialmente a brasileira, tudo é possível. O PSL é o segundo maior partido do Congresso, dispõe de muita verba eleitoral, e todo o resto pode ser negociado no contrato de locação.
Com um bom contrato, Bivar entrega o controle do partido a Rodrigo (como antes entregou a Gustavo Bebianno), libera inquilinos arruaceiros como Kicis e Zambelli para irem embora já, sem esperar a janela partidária do ano que vem, e, claro, troca o nome.
Evidentemente, a ida dos antibolsonaristas para o partido de Bolsonaro é de uma enorme cara de pau. Mas isso o eleitor esquece rápido.
Supondo-se que perceba.