André Mendonça, ministro do Supremo, vai dar uma palestra em um seminário do IRRE, Instituto para Reforma das Relações Entre Estado e Empresa (o nome do instituto parece adequado), presidido pelo advogado Walfrido Jorge Warde Júnior. Warde assina uma ação que corre no Supremo para suspender as punições previstas nos acordos de leniência das empresas da Lava-Jato.
Mas ninguém precisa se preocupar, porque Mendonça já avisou que não tem conflito.
Mendonça também esteve naquele fórum em Lisboa em que o ministro Gilmar Mendes reúne ministros de tribunais superiores, advogados, políticos e empresários para discutir a democracia brasileira e confraternizar. Ninguém sabe bem por que um encontro para discutir o Brasil acontece fora do Brasil.
Mas ninguém precisa se preocupar, porque Gilmar já avisou que não tem conflito. Aliás, todo ano ele avisa.
Lá em Lisboa, Gilmar, André e o ministro Luís Roberto Barroso foram a um jantar onde estavam banqueiros e industriais, todos com ações correndo no Supremo. Depois do jantar, Barroso deu uma passadinha em uma festa, onde conversou civilizadamente com Joesley Batista.
Mas ninguém precisa se preocupar, porque Barroso já avisou que não tem conflito. Aliás, ele nem conhecia o Joesley, encontrou por acaso.
Quem infelizmente não pôde ir ao fórum foi Alexandre de Moraes. O ministro foi para Siena dar uma palestra para a Unialfa. Ninguém sabe bem por que uma faculdade de direito de Goiânia organizaria palestras em uma cidade no interior da Itália. O que se sabe é que a Unialfa pertence ao Grupo José Alves, que também é dono do laboratório Vitamedic, condenado pela Justiça por divulgação e incentivo do “kit covid”, processo que deve acabar no Supremo. E que José Alves conseguiu mandado no STF contra uma ordem da CPI de quebra de sigilo.
Mas ninguém precisa se preocupar, porque não tem conflito.
Foi no aeroporto de Roma, na volta do giro in Italia, que o ministro foi agredido por um cidadão brasileiro enfurecido.