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Ricardo Rangel
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Lula inventa a Justiça pública mas secreta

Se o presidente quer melhorar o Supremo e aumentar a segurança dos ministros, há coisas melhores a fazer do que propor disparates ao léu

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 Maio 2024, 21h21 - Publicado em 5 set 2023, 13h30
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  • “A sociedade não tem que saber como é que vota o ministro da Suprema Corte”, afirmou Lula.

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    “Do jeito que vai, daqui a pouco um ministro da Suprema Corte não pode mais sair na rua, passear com a família, porque tem um cara que não gostou da decisão dele”, concluiu.

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    Foi uma defesa torta de Cristiano Zanin, fortemente criticado por progressistas, de esquerda ou não, por causa de seus votos excessivamente conservadores.

    A ideia de um tribunal que esconde suas opiniões é autoritária e viola o princípio constitucional da publicidade. (Ironicamente, a proposta combina com a indicação de Zanin, advogado de Lula, que violou, ela própria, os princípios constitucionais da impessoalidade e da moralidade.)

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    Para alguém que se pretende democrata, Lula defende teses flagrantemente antidemocráticas com frequência desconfortavelmente excessiva.

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    Com (muita) boa vontade, pode-se entender que o que Lula pretendeu criticar é a transformação do STF em circo político, ocorrida a partir do televisionamento das sessões do tribunal, da polarização política e da transformação dos ministros em celebridades nas redes (anti)sociais. Nisso, o presidente tem razão.

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    O Supremo é (deveria ser) um órgão isento e discreto, o televisionamento das sessões só serve para acirrar não só os ânimos de exaltados políticos como a vaidade dos ministros — que deveriam se mirar no exemplo de Rosa Weber, a única que age com compostura esperada para o cargo.

    Bons tempos aqueles em que os ministros diziam apenas “sigo o relator”, mas — para o bem ou para o mal — o fim do televisionamento, a esta altura, é inviável. De toda forma, há muito mais que se pode fazer. É preciso estabelecer tempo fixo para os mandatos, acabar com as decisões monocráticas e as vistas a perder de vista, e impor quarentena — não só depois que o ministro sai, mas também antes de entrar. Quarentena prévia impediria que pessoas com laços expressos com o presidente da vez, como é o caso de André Mendonça e do próprio Zanin, fossem indicadas.

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    Se Lula quer melhorar o Supremo e aumentar a segurança dos ministros, há coisas melhores a fazer do que propor disparates ao léu.

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