Em sua entrevista (link abaixo) a Policarpo Junior, aqui na VEJA, Fabio Wajngarten bota toda a culpa no general Eduardo Pazuello e faz o possível para livrar a cara do antigo (atual?) chefe, o presidente Bolsonaro.
A entrevista, entretanto, é um tiro pela culatra. Um tiro de canhão
Por um lado, Wajngarten deixa claro que o presidente sabia que Pazuello estava fazendo tudo errado, mas não tomou nenhuma providência. Pelo contrário, continuou a defender as indefensáveis ações de seu ministro. A posição de Bolsonaro torna-se ainda mais — se é que isso é possível — frágil.
Por outro, é evidente que a entrevista foi dada com o conhecimento e a anuência de Jair Bolsonaro, deixando claro que o presidente pretende salvar-se à custa do sacrifício de seu antigo ministro da Saúde. E este não é um bom momento para atrair a raiva e o ressentimento de Pazuello.
Por fim, Wajngarten afirma que Paulo Guedes, Filipe Martins, o PGR Augusto Aras, Gilmar Mendes e “o presidente do STF” (provavelmente Luiz Fux, que assumiu em setembro) tinham ciência das negociações com a Pfizer. Ou seja, levantou a bola para a CPI convocar essas nomes, e o próprio Wajngarten, e fazer um carnaval.
Se a entrevista tivesse sido encomendada pela oposição, não teria saído melhor.
Leia a entrevista de Wajngarten aqui: https://veja.abril.com.br/politica/fabio-wajngarten-houve-incompetencia-e-ineficiencia/