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Delação do assassino de Marielle deve provocar um estrago no meio político

As revelações de Ronnie Lessa implicam políticos e criminosos (que, com frequência preocupante, são as mesmas pessoas)

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 20 mar 2024, 18h27 - Publicado em 20 mar 2024, 16h59

A delação premiada de Ronnie Lessa, assassino de Marielle Franco, que estava parada no STJ havia algum tempo, foi repassada ao STF e imediatamente homologada pelo ministro Alexandre de Moraes.

Já se sabia que a delação citava Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, com direito a foro privilegiado no STJ. O repasse ao STF, ocorrido agora, indica que também deve haver alguém com foro privilegiado federal. Guilherme Amado, do site Metrópoles, afirma que é o deputado federal Chiquinho Brazão, irmão e sócio de Domingos.

Domingos é o líder de um clã político e empresarial em Jacarepaguá, bairro dominado pela milícia no Rio de Janeiro. Acumula acusações de corrupção, fraude, participação em milícia e homicídio (que reconhece que aconteceu, mas diz que foi legítima defesa). Sua história de sucesso (ostensivo na política e nebuloso nos negócios) vem de longe.

Foi eleito vereador pela primeira vez em 1996, depois cumpriu cinco mandatos como deputado estadual. Em 2011, foi condenado, por unanimidade, por abuso do poder econômico no TRE. A sentença foi revogada por… Ricardo Lewandowski, então no TSE. (Nada como um dia atrás do outro.)

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Em 2015, o governador Sergio Cabral nomeou Domingos Brazão conselheiro do TCE/RJ. Dois anos depois, Brazão e mais quatro conselheiros foram presos (com base em uma delação premiada de um quinto) por um esquema de corrupção ligado ao governo Cabral. Foram devidamente suspensos do tribunal.

Em 2019, descobriu-se que Domingos tentou obstruir a Justiça, plantando uma testemunha falsa na investigação do assassinato de Marielle. A então PGR, Raquel Dodge, o denunciou pelo crime e tentou federalizar o caso, que não andava na Justiça do Rio. A federalização, à qual o MP/RJ e o governador Claudio Castro, por algum motivo, sempre se opuseram, só ocorreu depois que acabou o governo Bolsonaro.

Em 2021, Domingos Brazão foi autorizado a reassumir seu posto no TCE pelo ministro do STF Kassio Nunes Marques, nomeado por Bolsonaro no ano anterior. O conselheiro ganhou 2 milhões de reais em salários acumulados, e está para receber mais 581 mil reais em férias atrasadas.

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O irmão Chiquinho foi vereador no Rio de Janeiro por 12 anos, incluindo o período em que Marielle exerceu seu mandato. Depois disso, foi eleito deputado federal em 2018 e 2022. Em 2019, toda sua família recebeu passaporte diplomático.

Nomeado secretário de Ação Comunitária do Rio pelo prefeito Eduardo Paes no ano passado, Chiquinho foi exonerado há dois meses, quando se noticiou que o nome de Domingos constaria da delação de Ronnie Lessa (no mesmo ato, Paes o substituiu por Ricardo Abrão, sobrinho de Anísio Abrão David, um dos maiores banqueiros de bicho do Brasil).

O clã conta com mais um político, o deputado estadual Pedro Brazão, cujo nome de batismo é Manual Inácio.

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As revelações de Ronnie Lessa, com sua suposta menção à família Brazão, devem provocar uma hecatombe nos círculos políticos e milicianos (entre os quais há uma obscena intercessão) do Rio.

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