A CPI pediu o indiciamento do presidente de República, 3 de seus filhos, 7 de seus ministros e ex-ministros (incluindo dois generais do Exército , 1 seu ex-secretário, 3 de seus assessores, seu líder na Câmara, 7 parlamentares e 6 influenciadores digitais que apoiam incondicionalmente o presidente.
Além desses, pediu o indiciamento de funcionários públicos, militares, empresários, médicos, lobistas e atravessadores.
Seja por que motivo for — negacionismo, irresponsabilidade, arrogância, incompetência, covardia, burrice, puxa-saquismo, crueldade, ganância ou maluquice pura e simples — cada uma dessas 80 pessoas contribuiu muito para maximizar o número de mortes de brasileiros.
Ressalte-se, no entanto, que o presidente da República não é apenas um entre dezenas. Sem sua liderança, seu exemplo e seu estímulo, nenhum dos outros 79 indiciados teria feito o que fez. O papel de Jair Bolsonaro no morticínio é preponderante.
Por outro lado, é preciso registrar que o relatório da CPI deixou de fora dois nomes muito importantes: Arthur Lira e Augusto Aras.
Deliberadamente, o presidente da Câmara e o procurador-geral da República fizeram vista grossa para os atos inaceitáveis de Jair Bolsonaro: um engavetou, sem motivo, 130 pedidos de impeachment, e o outro recusou-se, apesar de ter todos os motivos, a denunciar o presidente. Foi uma omissão consciente e conivente.
Sem a blindagem de Arthur Lira e Augusto Aras, Bolsonaro não teria conseguido promover a catástrofe que promoveu. E ainda promove.