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Ricardo Rangel
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Bolsonaro e a lógica da contradição

O comportamento parece esquizofrênico, mas rende apoio e voto

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 fev 2021, 12h59 - Publicado em 24 fev 2021, 12h28
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  • Logo depois de avisar que vai “meter o dedo” no setor elétrico, Bolsonaro mandou para o Congresso uma medida provisória para acelerar a privatização da Eletrobrás.

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    Logo depois de intervir na Petrobras com o objetivo escancarado de controlar preço, Bolsonaro declarou que não vai interferir na política de preços da empresa.

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    Logo depois de atropelar Guedes, deixando claro que ele não manda nada, Bolsonaro elogiou o ministro e declarou que ele “decide as finanças no governo”.

    O comportamento de Bolsonaro parece esquizofrênico — mas não é. Ou talvez seja, mas isso não é problema, é solução.

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    A fragmentação da informação nas redes faz com que cada um só preste atenção na parte do discurso que lhe interessa, o que permite que políticos populistas sejam contraditórios sem sofrer o desgaste que seria de se esperar (Giovanni Da Empoli batizou o fenômeno de “política quântica”).

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    Caminhoneiros só prestam atenção em “aumento no diesel não se justifica”. Nacional-desenvolvimentistas só prestam atenção em “o petróleo é nosso”. Militares só prestam atenção na nomeação do general. O mercado financeiro só presta atenção no “não vou interferir na política de preços” e “Guedes manda nas finanças”. (A imprensa presta atenção em tudo, mas ninguém presta muita atenção nela, porque o populista quântico a desconstrói 24 horas por dia.)

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    E não adianta dizer que só gente pouco inteligente ou pouco estudada cai no truque: cansamos de ver médicos defendendo “tratamento precoce” e MBAs do mercado financeiro elogiando uma “política liberal” que nunca existiu. Não é por acaso que o pior presidente da história, mesmo com pandemia e alto desemprego, continua com alta popularidade.

    Estrangeiros, claro, estão mais imunes à “política quântica” brasileira, e são unânimes em achar que aqui tudo está péssimo.

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    Mas estrangeiros não votam.

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