Assine VEJA por R$2,00/semana
ReVEJA Por Blog Vale a pena ler de novo o que saiu nas páginas de VEJA em quase cinco décadas de história
Continua após publicidade

Entre pancadas e xingamentos, pai de Michael Jackson exigia a perfeição

Reportagem de julho de 2009 mostrou que os traumas levaram o astro pop a retirar Joseph Jackson (morto nesta semana) de seu testamento

Por Marcos Rogério Lopes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2020, 20h24 - Publicado em 28 jun 2018, 15h22
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Com a morte do pai de Michael Jackson, não se apaga uma das histórias mais tristes contra artistas mirins, de um patriarca que fez de tudo para que seus filhos conquistassem o estrelato. Joseph Jackson conseguiu, é fato, mas a que preço?

    Publicidade

    Em 30 de novembro de 2005, na edição 1933, VEJA o citou como um dos piores pais do show business. “Na categoria dos ‘pais-patrões’, aqueles que submetem a cria a torturas físicas e psicológicas até que ela alcance o estrelato, o campeão inconteste é Joe Jackson, pai de Michael, LaToya e Janet Jackson. Joe obrigava as crianças a sair da cama às 4 da manhã e as fazia ensaiar oito horas por dia. Quem errasse um passo ou um trinado era surrado sem piedade. ‘O único sentimento que papai despertou em nós foi ódio’, declarou LaToya.”

    Publicidade

    Com a morte do grande astro da família, Michael, em 2009, a revista voltou a mostrar os abusos da família em nome do sucesso, mas revelou que os problemas iam além do pai, Joe Jackson. O rei do pop foi capa da edição 2.119, de 1º de julho daquele ano. Leia um trecho da reportagem:

    “A ambição dos pais não conhecia limites. Aos 6 anos, Michael se tornaria a maior estrela do grupo criado por eles. Acabava-se ali sua infância. Ensaiava o dia inteiro – ‘Às vezes, olhava para fora, via as crianças brincando e chorava’, contou em entrevista à apresentadora Oprah Winfrey, em 1993. Se os meninos erravam um passo ou uma nota, o pai se enfurecia como um treinador de animais de circo. Lembrou Michael na entrevista a Oprah: ‘Ele partia para cima da gente… Ficávamos muito nervosos nos ensaios porque ele ficava sentado numa cadeira, com o cinto na mão, e se alguma coisa não saía direito ele vinha para cima, sem dó’. De tão aterrorizado, ‘tinha vezes que ele chegava perto e eu vomitava’. Jackson pai dizia que o filho-prodígio era feio, criticava o rosto com espinhas e ria de seu nariz ‘enorme’. Nos ‘muito tristes’ anos da puberdade, ele ‘chorava todos os dias’.”

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Os dramas iam do bullying paterno à solidão diante da incompreensão dos familiares em relação a sua extrema sensibilidade. “O começo da carreira musical foi em boates e palcos de prostíbulos de Indiana. Em um deles, forçado pelos irmãos mais velhos, Michael perdeu a virgindade e ganhou mais um trauma para carregar vida afora. O pai dominador, a mãe muito religiosa mas indiferente aos maus-tratos, a fama, o isolamento, a fragilidade emocional, o abismo entre sua carreira e a dos irmãos (e irmãs – as três, Rebbie, Janet e LaToya, também se viabilizaram como cantoras, mas no limite mínimo da mediocridade), tudo isso moldou a personalidade de Michael Jackson. Seu caso se encaixa como exemplo acabado dos manuais básicos de psicologia, em especial nos capítulos sobre os efeitos na personalidade da infância perdida e da busca torturante pela perfeição.”

    Edição de 2009 detalhou as tiranias dos pais de Michael Jackson (Reprodução/VEJA)

    Na edição seguinte, a 2.120, VEJA deu ainda mais detalhes sobre Joseph e Katherine. “Desde sua morte, no último dia 25, o cantor Michael Jackson recobrou rapidamente a condição de ídolo. Fãs de todo o mundo buscam seus discos com avidez e o celebram como grande artista. Em meio às homenagens, a família destoa. A figura mais deplorável é o pai de Michael, Joseph Jackson. Ele tem dito que o filho ficaria “orgulhoso” com a comoção dos fãs – comoção que ele próprio, todo sorrisos nas aparições públicas, é incapaz de demonstrar. Joseph anunciou a criação de uma gravadora, a Ranch Records, pela qual lançará novos nomes da música negra. Resta saber quem gostaria de gravar com o carrasco que, nos anos 60 e 70, conduzia os ensaios dos filhos – a banda Jackson Five – com o cinto na mão. Compungida em público, a mãe do cantor, Katherine Jackson, parece ser bastante pragmática em privado. Um dia depois da morte de Jackson, ela teria ligado para a ex-babá dos filhos do cantor, Grace Rwaramba, perguntando onde o filho “escondia dinheiro”. E assim, com a colaboração decisiva de amigos e parentes – e da imprensa sensacionalista -, o lado perturbado e perturbador da vida do cantor de Thriller continua em pauta.”

    Publicidade

    A reportagem citava o testamento do cantor, que havia acabado de ser anunciado e no qual não constava o nome do pai. “O documento aponta a mãe do cantor como guardiã de seus três filhos, Prince Michael e Paris Katherine, nascidos da união com a enfermeira Debbie Rowe, e Prince Michael II, cuja mãe nunca teve a identidade revelada.” Mais à frente, o porquê da punição ao ditador da família. “Michael, como se vê, excluiu o pai tirano do testamento – mas preservou a mãe, a quem sempre foi mais ligado, talvez até pelo sofrimento: ela também apanhava de Joseph.”

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.