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Venda da Delta? Tem boi na linha! Ou melhor: uma boiada!

Unha encravada, espinhela caída, defluxo, “nervos no sangue” (como dizia uma vizinha da minha infância)??? Para qualquer um desses males, incluindo a construtora Delta, chame o grupo JBS! Nunca antes na história destepaiz uma construtora sólida, uma das gigantes do ramo, um potentado, que abocanhava tudo quanto era obra pública — especialmente aquelas que integravam a […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 08h54 - Publicado em 9 Maio 2012, 18h37
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  • Unha encravada, espinhela caída, defluxo, “nervos no sangue” (como dizia uma vizinha da minha infância)??? Para qualquer um desses males, incluindo a construtora Delta, chame o grupo JBS!

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    Nunca antes na história destepaiz uma construtora sólida, uma das gigantes do ramo, um potentado, que abocanhava tudo quanto era obra pública — especialmente aquelas que integravam a marca “PAC” — se esfarelou com tanta rapidez. Vai ver Marx e Engels anteviam a situação da Delta quando escreveram no Manifesto Comunista: “Tudo o que era sólido se desmancha no ar; tudo o que era sagrado é profanado, e as pessoas são finalmente forçadas a encarar com serenidade sua posição social e suas relações recíprocas.” Ali eles se referiam ao desmanche de uma velha ordem e à instauração de uma nova. Esse troço da Delta parece ser só mais um movimento da… velha ordem petista.

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    Não venham me dizer que é convencional uma empresa se esfarelar por causa de dois meses de noticiário negativo. Ainda que pudesse haver práticas irregulares espalhadas Brasil afora, o fato é que a Delta tem contratos bilionários com governos, obras contratadas, muito dinheiro a receber. Por que esse desmanche?

    “Ah, é que virão as dificuldades, agora, para receber…” Digam-me: as dificuldades cessarão sob nova direção? O que quer que tenha ocorrido de ilegal, se ocorreu, na contratação de obras não beneficiará também os novos controladores da empresa? Essa já é a história mais mal contada do capitalismo à moda petista.

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    O grupo que passará a controlar a Delta tem 30% do capital do BNDES, certo? Logo, o estado brasileiro — e, mais especificamente, o governo — passa a ser sócio desse novo empreendimento. Na condição de acionista, terá um duplo papel: de investigado e de investigador.

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    Pergunto ainda: quanto vale, afinal de contas, a Delta? Para que haja essa corrida, assim, meio destrambelhada, suponho que a resposta seja: “Nada!” Vale os contratos que tem — e olhem lá. O que há nos bastidores dessa história? Desde o primeiro momento, escrevi aqui duas coisas: a) há uma operação para preservar a Delta da investigação; b) há uma operação de desmonte da arquitetura gerencial da Delta.

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    Num Parlamento com mais independência, essa construtora, sim, mereceria uma CPI só para ela. Nenhuma empresa com existência real, com sócios-controladores que zelem pelo negócio, se desmancha, assim, porque um contraventor caiu na escuta da Polícia Federal. A Delta está sendo demolida, infiro, não por tudo o que já sabemos a seu respeito, mas por aquilo que ainda não sabemos.

    A operação em curso parece ser uma forma de tentar impedir que saibamos. Eis aí matéria para o jornalismo investigativo. Mas cuidado, repórteres! Só se encontrem com as fontes nus (também as fontes), numa cafua à prova de escuta. Se tiverem de falar ao telefone, tratem o interlocutor aos chutes e pontapés para que, caso a conversa vaze, não haja suspeita de conluio.

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    Que coisa, não!? Com uma Delta no meio do caminho, alguns patriotas queriam e querem ainda investigar a imprensa…

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