Enquanto luta para acessar os dados sigilosos da Presidência da República, a CPI mista dos Cartões fecha o cerco às universidades. Nos últimos quatro anos, o Ministério da Educação retirou R$ 6.709.203,00 por meio de saques com o cartão corporativo, a maioria deles concentrada nas universidades e nos centros tecnológicos de educação, segundo cruzamento da CPI. São 500 páginas que revelam as retiradas de dinheiro na boca do caixa pelos servidores.
Três universidade estão no alvo dos técnicos da comissão: a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR). As três apresentam indícios de uso indevido do cartão, de acordo com documentos da CPI. “É inadmissível o gasto que estamos vendo pelas universidades com o cartão corporativo. Nunca vi algo tão bagunçado”, afirmou a presidente da comissão, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS).
As irregularidades encontradas pela CPI não estão em cima dos valores, já que muitas instituições usam o cartão em substituição às contas tipo B, usadas para suprimentos de fundos. Os problemas residem na forma como esse tipo expediente tem sido usado. Coincidência ou não, os cruzamentos mostram que as universidades mais gastadoras são as que apresentam mais indícios de mau uso do cartão corporativo.