Relatório do GGB (Grupo Gay da Bahia) aponta que foram assassinados 190 homossexuais no ano de 2008 no Brasil — um a cada dois dias. O número é 55% maior que o registrado pela ONG (organização não governamental) em 2007, quando foram registrados 122 crimes do tipo. Das vítimas, 64% eram gays, 32% travestis e 4% lésbicas.
A entidade, a mais antiga associação de defesa dos direitos dos homossexuais no país, fundada em 1980, faz a pesquisa com base em notícias divulgadas pela imprensa nacional, pois não existe um órgão oficial que realize essa estatística.
Dados do GGB mostram o Brasil como o pais com maior número de crimes homofóbicos, seguidos do México –com 35– e Estados Unidos –com 25. Mesmo extraoficial, o relatório da associação é utilizado em citações da Secretaria Nacional de Direitos Humanos.
A pesquisa mostra que o risco de um travesti ser assassinado é 259 vezes maior que um gay. Pernambuco é o Estado mais violento para esse tipo de crime, com 27 mortes, e o Nordeste aparece como a região mais perigosa: um homossexual nordestino corre 84% mais risco de ser assassinado do que no Sudeste e no Sul.
Os homossexuais jovens, com menos de 21 anos, são 13% das vítimas. Segundo o levantamento, predominam entre as vítimas travestis que se prostituem, cabeleireiros, professores e vendedores ambulantes. Gays são mais assassinados dentro de casa a facadas ou por estrangulamento, enquanto travestis são mortos na rua a tiros, segundo o GGB.
A maioria dos assassinos — 80% — são desconhecidos das vítimas e, de acordo com a pesquisa, predominam nesse grupo garotos de programa e vigilantes noturnos. Ao menos 65% deles são menores de 21 anos.
O GGB disponibiliza o manual “Gay vivo não dorme com o inimigo” como estratégia para erradicar os crimes homofóbicos. A associação pede providências à Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República e ameaça enviar um relatório, contra o governo brasileiro, à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da OEA (Organização dos Estados Americanos) e à ONU (Organização das Nações Unidas), pelo crime de prevaricação contra os homossexuais.
O relatório é elaborado pelo GGB desde 1980. Até 2008 foram documentados 2.998 assassinatos de gays, travestis e lésbicas no Brasil, concentrando-se 18% na década de 80, 45% nos anos 90 e 35% — 1.168 casos — a partir de 2000.
VAMOS AO VERMELHO-E-AZUL
Relatório do GGB (Grupo Gay da Bahia) aponta que foram assassinados 190 homossexuais no ano de 2008 no Brasil — um a cada dois dias. O número é 55% maior que o registrado pela ONG (organização não governamental) em 2007, quando foram registrados 122 crimes do tipo. Das vítimas, 64% eram gays, 32% travestis e 4% lésbicas.
Os números do Grupo Gay da Bahia devem estar errados. O bom senso e a lógica indicam que deve haver mais vítimas homossexuais do que assevera esse levantamento, que, nota-se, nada tem de científico. Ninguém sabe ao certo qual é o percentual de homossexuais na população. Parece crível um número em torno de 10%.
Pois bem. São assassinadas no Brasil, a cada ano, 50 mil pessoas. Se, desse total, 190 eram homossexuais, então concluímos que eles representam apenas 0,38% das vítimas. SERIA O CASO DE ACUSAR UMA DISCRIMINAÇÃO CONTRA OS HETEROSSEXUAIS? Mesmo representando 90% da população, seriam 99,62% dos mortos. “Ah, Reinaldo, os números se referem apenas a mortes violentas, com características de discriminação”. É? Acompanhem, então, até o fim.
A entidade, a mais antiga associação de defesa dos direitos dos homossexuais no país, fundada em 1980, faz a pesquisa com base em notícias divulgadas pela imprensa nacional, pois não existe um órgão oficial que realize essa estatística.
É, trata-se de uma falha lamentável. Dos 50 mil assassinados todos os anos, quanto serão míopes, coxos, diabéticos, deprimidos? A gente precisa saber.
Dados do GGB mostram o Brasil como o país com maior número de crimes homofóbicos, seguidos do México — com 35 — e Estados Unidos, -com 25. Mesmo extra-oficial, o relatório da associação é utilizado em citações da Secretaria Nacional de Direitos Humanos.
Da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, confesso, espero coisas muito piores. Quer dizer que o Brasil é o país com o maior número de crimes homofóbicos? Bem, os números acima evidenciam a falácia. A afirmação é mesmo fabulosa:
– todos os homossexuais assassinados foram vítimas de homofobia?;
– isso significa que nenhum deles estava envolvido com o crime?;
– será que há mais crimes homofóbicos no Brasil do que no Irã ou na Arábia Saudita? Ops! Desculpem! Esqueci que não existe homossexualismo no Irã e na Arábia Saudita. É proibido! E aí ninguém é…
A pesquisa mostra que o risco de um travesti ser assassinado é 259 vezes maior que um gay.
Qual é o “risco” de um travesti estar envolvido com o mundo do crime na comparação com qualquer outra, vá lá, categoria sexual do país?
Pernambuco é o Estado mais violento para esse tipo de crime, com 27 mortes, e o Nordeste aparece como a região mais perigosa: um homossexual nordestino corre 84% mais risco de ser assassinado do que no Sudeste e no Sul.
Ops! Pernambuco é o terceiro estado mais violento do país. Para gays e não gays. O levantamento é da própria Folha, publicado há menos de uma semana. Há lá 51,6 homicídios por ano para cada grupo de 100 mil habitantes — em São Paulo, são 13,2 (quase um quarto). Pernambuco não é o estado que mais mata gays. É um dos estados onde mais se matam brasileiros. Sua população é estimada em 8,8 milhões de pessoas. Se há 51,6 homicídios para cada grupo de 100 mil, são assassinadas, por ano, 3.996 pernambucanos. Se 27 forem homossexuais, isso representa menos de 0,7% do total. Como se vê, também ali se pode acusar um inaceitável preconceito contra… heterossexuais. O Brasil estaria inventando a heterofobia.
Os homossexuais jovens, com menos de 21 anos, são 13% das vítimas. Segundo o levantamento, predominam entre as vítimas travestis que se prostituem, cabeleireiros, professores e vendedores ambulantes. Gays são mais assassinados dentro de casa a facadas ou por estrangulamento, enquanto travestis são mortos na rua, a tiros, segundo o GGB.
A maioria dos assassinos — 80% — são desconhecidos das vítimas e, de acordo com a pesquisa, predominam nesse grupo garotos de programa e vigilantes noturnos. Ao menos 65% deles são menores de 21 anos.
Qual é a reivindicação do GGB? Que um guarda acompanhe o homossexual que vai “caçar” um garoto de programa? Travestis mortos nas ruas, a tiros, foram alvejados como gado? Estariam envolvidos em alguma atividade, vamos dizer, de risco? Estamos falando de “homofobia” mesmo ou de pessoas que escolheram viver uma vida perigosa — que nada tem a ver com a sua condição sexual? Ninguém pode escolher a sua sexualidade (hetero ou homossexual), mas é perfeitamente possível escolher o grau de risco que se quer correr.
Não sei, com efeito, se há mesmo 10% de homossexuais. O que posso assegurar é que eles são mais de 0,35% ou 0,7% da população…
O GGB disponibiliza o manual “Gay vivo não dorme com o inimigo” como estratégia para erradicar os crimes homofóbicos.
É uma boa providência. Sendo impossível dormir com o guarda (a menos que o guarda seja do babado), uma boa providência seria não tentar dormir com um desconhecido… Aliás, é uma coisa que os heterossexuais também deveriam evitar.
A associação pede providências à Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República e ameaça enviar um relatório, contra o governo brasileiro, à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da OEA (Organização dos Estados Americanos) e à ONU (Organização das Nações Unidas), pelo crime de prevaricação contra os homossexuais.
Quais providências? Voltamos à história do guarda?
O relatório é elaborado pelo GGB desde 1980. Até 2008 foram documentados 2.998 assassinatos de gays, travestis e lésbicas no Brasil, concentrando-se 18% na década de 80, 45% nos anos 90 e 35% — 1.168 casos — a partir de 2000.
Reitero: os números do Grupo Gay da Bahia são uma rematada tolice. Certamente morrem mais homossexuais assassinados — em razão das mais diversas causas, não apenas homofobia — do que a ONG conseguiu registrar. “Ah, Reinaldo, o GGB só contabilizou os crimes com características de execução. Um gay assassinado num assalto a banco, por exemplo, não entra na lista”.
É? Então vamos lá. Consideremos uma população de 180 milhões de brasileiros: 18 milhões seriam gays. Ainda que as 190 vítimas de que fala o GGB só se referissem a mortes realmente violentas, com características de agressão de natureza sexual, estaríamos falando de 1,05 morto para cada grupo de 100 mil gays. Sabem o que isso significa? Que ser alagoano é 63 vezes mais perigoso do que ser gay — Alagoas lidera o ranking dos homicídios, com 66,2 mortos por 100 mil. Ser capixaba é 53,9 vezes mais perigoso do que ser gay. De fato, ser brasileiro é 28 vezes mais perigoso do que ser gay.
Se o Brasil matasse apenas 1,05 brasileiro para cada grupo de 100 mil, em vez de 50 mil assassinados por ano, eles seriam apenas 1.890.
É ISTO! O CONJUNTO DOS BRASILEIROS PRECISA RECORRER À OEA E, QUEM SABE?, ATÉ AO VATICANO PARA EXIGIR O MESMO TRATAMENTO QUE SE DISPENSAM AOS GAYS.
Não sei qual é a percentagem de matemáticos gays — deve ser bem superior a 1,05 por 100 mil. Poderiam dar um auxílio aos colegas.