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Segurança Pública, PCC e falas irresponsáveis

Este blog existe para explicar, não para confundir, ao contrário do Chacrinha! Em 2006, o PCC aterrorizou São Paulo com o objetivo de prejudicar a candidatura do tucano Geraldo Alckmin, que disputava a eleição com Lula. Talvez tenha atingido o seu objetivo, vai saber… O crime está organizado, sim, nos presídios — a exemplo do […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 14h40 - Publicado em 2 ago 2010, 17h03

Este blog existe para explicar, não para confundir, ao contrário do Chacrinha!

Em 2006, o PCC aterrorizou São Paulo com o objetivo de prejudicar a candidatura do tucano Geraldo Alckmin, que disputava a eleição com Lula. Talvez tenha atingido o seu objetivo, vai saber… O crime está organizado, sim, nos presídios — a exemplo do que acontece em todo o país. Uma diferença importante, que distingue o Estado e a sua capital — maior cidade do país e uma das maiores do mundo —, é a drástica redução de homicídios verificada nos últimos 10 anos, durante a gestão tucana.  É assim porque assim são os fatos, não porque seja do gosto deste escriba. Segundo o Mapa da Violência — para citar um estudo neutro, que não é da Secretaria de Segurança —, entre 2002 e 2007, o número de homicídios por 100 mil habitantes teve uma redução de 60,5%.

Em dois dias, o comandante da Rota sofreu um atentado em São Paulo, e o quartel da unidade foi alvo de tiros — um dos bandidos foi morto. Na Zona Leste, em bairros distintos, 10 carros foram incendiados. As ações são atribuídas ao PCC. Aloizio Mercadante, candidato do PT ao governo do Estado, tem insistido em bater em duas teclas para tentar emplacar a sua candidatura, até agora sem sucesso: segurança pública e preço dos pedágios. Nos dois casos, trabalha com números perturbados, numa linguagem não mais do que palanqueira. Já demonstrei isso aqui.

Diante dos possíveis ataques do PCC, preferiu calar-se. São Paulo não costuma gostar de gente que prefere criticar a polícia a criticar os bandidos. Este mal, ao menos, ainda não veio dar por aqui: a cultura de glorificação da marginalidade, no estado, é, felizmente e sem trocadilho, MARGINAL. Nada, certamente, que eventuais governos demagogos não consigam mudar com o tempo, empurrando o estado para o buraco. Até agora, não aconteceu. Em São Paulo, por ora, bandido não é tratado como artista ou como variante antropológica.

Em razão dessa cultura antibandidagem, as cadeias do estado estão, felizmente, abarrotadas. É claro que isso gera problemas: mais cadeias têm de ser construídas. No Estado, que tem 22% da população, estão 40% dos presos do Brasil. Há mais criminosos por aqui? Não! A polícia é que, cumprindo a sua função, prende mais. Mais homicidas presos significa menos homicídios. Que espantoso, não?

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É uma estupidez e uma cretinice afirmar que a segurança pública no Estado está fora de controle. Ao contrário: São Paulo tem, nessa área, uma das políticas mais eficientes do país. O estado está em 25º lugar no ranking de homicídios entre as 27 unidades da federação. Entre as 27 capitais, São Paulo ocupa o 26º lugar — só em Palmas, no Tocantins, mata-se menos gente por 100 mil habitantes. Os dados, reitero, são do Mapa da Violência, cujo rigor técnico ninguém contesta.

Atenção! Há uma média de 50 mil homicídios no Brasil por ano, para uma população estimada em 190 milhões de habitantes: 26,31 mortos por 100 mil. Em São Paulo, segundo o Mapa da Violência de 2007, há 15 homicídios por 100 mil — os números atuais da Secretaria de Segurança são inferiores, mas, reitero, escolherei o estudo que não pode ser acusado de partidário. O que isso significa? Se, no Brasil, houvesse o índice de homicídios que há em São Paulo, 21.500 vidas seriam poupadas por ano. Se há descontrole da Segurança Pública, ele existe no Brasil, não no Estado.

Não adianta me acusar disso ou daquilo. Ou a canalha contesta os dados que vão acima ou feche a grande boca. Sabem onde o número de homicídios teve um salto formidável entre 2002 e 2007? Em estados do Nordeste, em particular na Bahia do petismo: Bahia (+97,7%), Alagoas (+73,7%), Ceará (+22,7%), Maranhão (+75,7%), Paraíba (+35,6%), Piauí (+21,1%), Rio Grande do Norte (+82%). Enquanto, em São Paulo, houve uma redução de 60,5% nos homicídios, na região Nordeste, eles cresceram 32,4% entre 2005 e 2007. Nesse período, as ocorrências caíram 11,57% no Brasil como um todo. E ESSA QUEDA SE DEVE, EXCLUSIVAMENTE, AOS NÚMEROS DE SÃO PAULO. Foi o Estado que puxou para baixo o número de mortos.

Agora Marina
Diante dos possíveis novos atentados praticados pelo PCC, Mercadante preferiu calar-se. Já percebeu, como disse, que é má política atacar a polícia e silenciar sobre a bandidagem. Quem resolveu meter os pés pelas mãos foi Marina Silva, a candidata do PV, na sua tentativa, que começa a ficar bisonha, de encontrar um discurso alternativo entre o PSDB e o PT. Comentando as ações da bandidagem em São Paulo nos últimos dois dias, afirmou a necessidade de se “fazer uma reforma na segurança pública que está há mais de 20 anos no mesmo governo”.

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Segundo Marina, redescobrindo o ovo de Colombo, é preciso fazer parcerias entre os governos federal, estadual e os municípios para evitar “problemas de descontrole”. Qual descontrole? No Acre, há 26% mais homicídios do que em São Paulo. Essa dado é relevante para entender a fala de Marina? É, sim! O grupo a que pertence a senadora é poder naquele estado há 12 anos e, possivelmente, ficará mais quatro, perfazendo os mesmos 16 anos (e não 20!!!) em que os tucanos estão no governo de São Paulo. Se ela tivesse a fórmula mágica, teria aplicado em seu estado. Não tendo, talvez possa apreender algo com a Polícia de São Paulo para baixar aquele número.

E uma pergunta: Marina considera negativo que seu grupo caminhe para 16 anos de poder no Acre, ou o que seria ruim para São Paulo é bom para seu estado porque, afinal, lá ela é governo?

Tenho argumentos e tenho números que os embasam. Não adianta me xingar. Os descontentes que tentem demonstrar que estou errado. E quanto ao PCC? Bem, parece que, mais uma vez, eles estão prestes a declarar seu voto. Já fizeram isso antes. Basta procurar a informação na Internet.

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