O rapaz alterna o padrão da concordância gramatical. Quando ele lembra que está ali representando a cultura da periferia, fica bicudo, engole os esses, os emes, os ãos… Quando ele se esquece da personagem, aí consegue falar direitinho.
Mais uma: “Falar dos traficantes é como falar dos nossos amigos, dos nossos irmãos, da nossa família”.
Outra boa: “Eu sou um pai ausente”. Ele respondia a Paulo Markun, que queria saber se ele buscava compensar com o seu filho o fato de não ter conhecido seu pai.
Mano Brown, pensador, disse que não usa a palavra “traficante”, mas “comerciante”. Quem vende cocaína e maconha, segundo ele, é comerciante.
“O que faz mais mal?”, pergunta Mano Brown: “A maconha ou a dose de 51?” Paulo Lima, um dos jornalistas, respondeu por ele: “Uma dose de 51”. E Mano Brown perguntou, então, por que não prender o dono da Ambev.
Sem contestação. Como Mano Brown lembrou, pegaram leve com ele.