Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Reinaldo Azevedo Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Blog
Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
Continua após publicidade

Que o Senado entre na resistência democrática, iniciada neste blog!

A batalha ainda não acabou. Para que o famigerado decreto bolivariano da presidente Dilma Rousseff, inspirado por Gilberto Carvalho, seja derrubado, é preciso que o Senado dê o mesmo exemplo de altivez dado pela Câmara. Refresco a memória de vocês: Dilma baixou o Decreto 8.243, que regula a chamada participação dos conselhos populares na administração […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 02h45 - Publicado em 29 out 2014, 16h08

A batalha ainda não acabou. Para que o famigerado decreto bolivariano da presidente Dilma Rousseff, inspirado por Gilberto Carvalho, seja derrubado, é preciso que o Senado dê o mesmo exemplo de altivez dado pela Câmara. Refresco a memória de vocês: Dilma baixou o Decreto 8.243, que regula a chamada participação dos conselhos populares na administração federal. Entre outros mimos, outorga, na prática, ao governo o poder de definir o que é e o que não é sociedade civil.  Cria também uma espécie de Justiça paralela. Levado ao pé da letra, juízes ficariam impedidos de conceder liminares de reintegração de posse no caso de invasão de propriedade. Antes, seria preciso constituir uma mesa de negociação com as partes envolvidas: invadidos, invasores e, claro!, representantes da tal sociedade civil — aqueles mesmos que serão definidos pelo governo federal.

Muito bem! Nesta terça, a Câmara dos Deputados aprovou, por votação simbólica, o Decreto Legislativo 1.491, de autoria do deputado Mendonça Filho, do DEM de Pernambuco, que susta o 8.243. A votação aconteceu dois dias depois de Dilma ser reeleita presidente, com menos de 4 pontos de vantagem sobre seu adversário, o tucano Aécio Neves.

É claro que o decreto de Dilma tem o sotaque bolivariano, tão conhecido hoje na América Latina. E não é menos claro que a Casa que representa o povo, a Câmara, lhe disse “não”. O jornalismo que reza pela cartilha petista atribui o resultado ao ressentimento de Henrique Alves (PMDB-RN), derrotado na disputa pelo governo do Rio Grande do Norte. Lula fez campanha para seu adversário. Besteira! Só quatro partidos defenderam o decreto: além, claro!, do PT, também os hoje nanicos PCdoB, PSOL e o PROS. A batalha se desloca agora para o Senado. Para que o decreto de Dilma deixe de ter validade, o que susta seus efeitos, tem de ser aprovado também nessa Casa.

Gilberto Carvalho, o inspirador do texto bolivariano, está inconformado. Há muito tempo ele defende que é preciso dar um “by pass” na Justiça, isto é, que é preciso criar um modo de torná-la irrelevante diante das demandas daquilo que o PT chama “movimentos sociais”. Promete que não vai desistir. A mesma Dilma que concede entrevistas afirmando que quer o diálogo mobilizou os líderes governistas para tentar impedir a aprovação do decreto legislativo. Ora, se é entendimento com o Congresso que ela quer, por que não retira o decreto e não encaminha um projeto de lei, que poderia ser emendado pelos parlamentares?

Continua após a publicidade

Os deputados de esquerda que ontem discursaram em favor do Decreto 8.243 evocaram as chamadas “jornadas de junho”. É mesmo? Qual foi a expressão eleitoral dos esquerdistas de junho? Nenhuma! O que a população quer, isto sim, é o combate à corrupção — e isso também está nas ruas faz tempo. Em vez da discurseira oca, o deputado Vicentinho, do PT, por exemplo, poderia parar de sabotar a CPI da Petrobras.

Que os senhores senadores tenham a hombridade de rejeitar a tentação bolivariana da senhora Dilma Rousseff. A Venezuela não é e não será aqui. Porque nós não deixaremos.

E, sim, fico satisfeito com o andamento dessa questão. Afinal, este blog foi o primeiro a se lançar na resistência contra esse atentado à democracia. A questão não é partidária. Trata-se de um princípio de civilização.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.