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Pronto! Reforma ministerial, que seria a “solução”, já virou um problema!

Escrevi aqui ontem que a presidente Dilma Rousseff não está fazendo nem reforma administrativa nem reforma ministerial. Ela se esforça apenas para se livrar do impeachment. E o teatro de operações de suas manobras é o PMDB. Acontece que, como diria um poeta de Minas, “o PMDB não há mais”. A rigor, nunca houve. A […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 00h25 - Publicado em 25 set 2015, 04h28

Escrevi aqui ontem que a presidente Dilma Rousseff não está fazendo nem reforma administrativa nem reforma ministerial. Ela se esforça apenas para se livrar do impeachment. E o teatro de operações de suas manobras é o PMDB. Acontece que, como diria um poeta de Minas, “o PMDB não há mais”. A rigor, nunca houve. A máxima de que o partido é uma federação é verdadeira. Há um núcleo de ideias comuns, alguns valores gerais que unificam as correntes e só.

Os erros e trapalhadas vão se acumulando. Toda ideia que vem para resolver um problema logo se transforma em outro, aí inesperado. Pela ordem: 1) Dilma jamais deveria ter anunciado um corte de ministérios sem saber o que cortar; 2) Dilma jamais deveria ter atropelado instâncias partidárias para oferecer pastas às bancadas da legenda; 3) Dilma jamais deveria ter atrelado mudanças no governo à sua permanência no poder — não desse modo desabrido, desmoralizante. 4) Dilma tem de saber que, da forma como escolheu governar, vestir um santo corresponde a desvestir outro.

As evidências de degeneração estão em todo canto. Em tempos assim, até Sibá Machado (PT-AC) ronca papo. Este incrível líder do PT na Câmara, descontente com a perda de poder do seu partido numa eventual reforma — deve ceder a Saúde para o PMDB e as Comunicações para o PDT e ver três secretarias reduzidas a uma —, reuniu a bancada para pedir nada menos do que as demissões de Joaquim Levy, Aloizio Mercadante e José Eduardo Cardozo.

Por que os três? Bem, querem Levy fora porque, na cabeça perturbada dos companheiros, o ministro é causa da crise econômica, e não a sua consequência. A Mercadante, de quem ninguém no PT gosta, atribuem as trapalhadas políticas. E pedem que saia o também petista José Eduardo Cardozo porque acham que ele não comanda a Polícia Federal a contento — ou seja: livrando a cara de petistas.

Sejamos objetivos: Sibá ser líder do principal partido do governo na Câmara é sintoma de um tempo. Com todo o respeito, tenho, às vezes, a impressão de que ele nem está inteiramente entre nós, se é que me entendem. Esse líder pedir a defenestração do titular da Fazenda e de dois ministros petistas quando o governo tenta não cair no abismo econômico e está lutando para acomodar o PMDB para se livrar do impeachment, tudo isso é evidência de uma necrose. Não tem retorno.

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Não deixa de ser emblemático que se tenha adiado para a semana que vem o anúncio da reforma no dia em que o PMDB levou ao ar seu programa político com críticas duríssimas ao governo, apresentando-se claramente como alternativa de poder.

Escrevam aí: ainda que se faça uma acomodação agora com alguns peemedebistas, haverá os descontentes. Há ainda o risco de outros partidos da base se sentirem injustiçados. A estabilidade, se vier, será de curto prazo. Muito bem! Digamos que Dilma não caia… Ela fica pra quê, perguntaria outro poeta. Que responderia: “Pra nada!”.

A crise é de tal magnitude que imaginar que possa ser resolvida com um rearranjo de interesses dos senhores da guerra do PMDB é certamente uma nova tolice. Não é possível haver um governo cuja única meta seja não cair. Governo assim já acabou faz tempo.

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