Procuradoria pede suspensão de empréstimo bilionário a estatal de energia; este blog tratou da questão no dia 13 deste mês
No dia 13, escrevi aqui um post intitulado “O novo Brasil” do PT é velho demais! Ou: este país ama quem o espolia“. Tratava da situação da CELG, estatal de energia de Goiás, à qual o BNDES decidiu repassar R$ 3,7 bilhões. A Caixa Econômica Federal também aprovou um empréstimo à empresa. No post, expus […]
No dia 13, escrevi aqui um post intitulado “O novo Brasil” do PT é velho demais! Ou: este país ama quem o espolia“. Tratava da situação da CELG, estatal de energia de Goiás, à qual o BNDES decidiu repassar R$ 3,7 bilhões. A Caixa Econômica Federal também aprovou um empréstimo à empresa. No post, expus as “maravilhas” do estatismo, que a tantos seduz, e evidenciei que as operações foram tornadas viáveis quando o governo federal estava tentando consolidar palanques eleitorais país afora. Pois bem. Leiam agora o que informa Elida Oliveira, na Folha Online. Volto em seguida:
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O Ministério Público Federal em Goiás quer suspender o repasse de R$ 3,7 bilhões do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento) para a Celg, estatal de transmissão de energia elétrica. O valor é quase cinco vezes superior ao da empresa goiana, avaliada em R$ 800 milhões. A ação foi proposta na última terça-feira. O procurador da República Cláudio Drewes também encaminhou ao BNDES e à Caixa Econômica Federal (que fará a transferência do recurso) uma recomendação para que o dinheiro não seja repassado até que a Justiça julgue o caso.
A empresa, segundo a ação, tem dívidas de “quase R$ 7 bilhões”. O aporte financeiro serviria para quitar parte delas, o que a tornaria adimplente e a liberaria para aumentar as tarifas de serviço, segundo a procuradoria. No entanto, Drewes questiona a forma como o crédito foi concedido e diz que “não sabe” se o empréstimo vai pagar débitos reconhecidos e lícitos. “Há 70 procedimentos não concluídos no Ministério Público Estadual que investigam contratos da Celg.”
Drewes considera que o Ministério da Fazenda fez “vistas grossas” aos requisitos que os Estados devem atender para obter empréstimos federais. Segundo ele, Goiás deve à União e isso inviabilizaria o empréstimo. O governo de Goiás, a Celg e a Caixa Econômica Federal foram procurados para comentar a ação, mas não responderam ao pedido. O BNDES disse, via assessoria, que não foi citado ou intimado até agora no processo e que não iria se pronunciar. O banco não confirmou o recebimento da recomendação para não repassar as verbas ao Estado de Goiás.
Comento
Pois é… A procuradoria tem mesmo de agir, e a CELG não pode deixar os goianos no escuro. Qual é a saída? Cedo ou tarde, o dinheiro terá de entrar na empresa para tirá-la da areia. Ocorre que isso não pode ser feito como quem não quer nada, como se fosse algo corriqueiro. “Estatal está quebrada? Ah, deixem que a gente socorre”. Não! O socorro deveria estar atrelado a um plano de saneamento definitivo da empresa e à apuração de responsabilidades. Eis uma negociação que já tem de ser liderada pelo governador eleito, Marconi Perillo (PSDB).