Presidente da Camargo Corrêa é posto em liberdade
Por Daniel Haidar, na VEJA.com: O presidente da construtora Camargo Corrêa, Dalton Avancini, deixou a carceragem da Polícia Federal em Curitiba (PR) nesta segunda-feira após ter o acordo de delação premiada homologado pelo juiz federal Sérgio Moro. Ele vai cumprir prisão domiciliar e passou a usar uma tornozeleira eletrônica para ser monitorado pela Justiça. O executivo […]
Por Daniel Haidar, na VEJA.com:
O presidente da construtora Camargo Corrêa, Dalton Avancini, deixou a carceragem da Polícia Federal em Curitiba (PR) nesta segunda-feira após ter o acordo de delação premiada homologado pelo juiz federal Sérgio Moro. Ele vai cumprir prisão domiciliar e passou a usar uma tornozeleira eletrônica para ser monitorado pela Justiça.
O executivo estava preso desde 14 de novembro, quando foi deflagrada a Operação Juízo Final, a etapa da Operação Lava Jato em que sócios e funcionários de empreiteiras foram presos por fraudes e corrupção em contratos da Petrobras. Após longa negociação com o Ministério Público Federal e a Polícia Federal, Avancini e o vice-presidente comercial da construtora Camargo Corrêa, Eduardo Leite, fecharam acordo de delação premiada com os investigadores na madrugada de 28 de fevereiro. Prestaram depoimentos diariamente por quase duas semanas, em que confessaram crimes e apresentaram novas provas do esquema de corrupção na Petrobras e em outras estatais, em troca de eventual condenação mais branda pela Justiça.
Como parte da punição estipulada pelos acordos, Avancini teve de pagar multa de 5 milhões de reais, e Leite, de 2,5 milhões de reais. Nos depoimentos prestados no acordo, eles confirmaram pagamento de propina para João Vaccari Neto, tesoureiro nacional do PT, e para Renato Duque, ex-diretor de Serviços da estatal.
O presidente da construtora Camargo Corrêa fez revelações sobre o esquema de corrupção na construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, o que os investigadores já chamam de “eletrolão”. O consórcio integrado pela Camargo Corrêa tinha um contrato de cerca de 20 bilhões de reais em obras. A construtora tinha participação de 16% no consórcio responsável pela obra, dos quais 1% voltava para o PT e outro 1% para o PMDB em forma de propina. Os executivos também afirmaram que os 900.000 reais que a Camargo Corrêa pagou para a JD Consultoria, empresa do mensaleiro José Dirceu, eram, na verdade, suborno para o petista.