Por Marcelo Godoy, no
Estadão desta quarta: “ O dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) deixou a boca-de-fumo e entrou no sistema financeiro. Não que o crime organizado tenha abandonado suas fontes primárias de arrecadação. Ele apenas passou a lavar e a investir os ganhos com o tráfico, extorsões, contribuições de presos e grandes roubos no País. Pessoas ligadas à facção são proprietárias de revendas de automóveis, microônibus de cooperativas de perueiros, loterias clandestinas e de quase duas centenas de postos de gasolina que vendem gasolina adulterada e fraudam o Fisco estadual. A necessidade de legalizar os ganhos nasceu do aumento do faturamento da facção – cerca de R$ 1 milhão por mês – e da necessidade de proteger o dinheiro, evitando que ele seja roubado por outros bandidos ou por policiais corruptos. Isso é o que revelam três investigações da polícia paulista. ‘Finalmente a polícia está descobrindo que o dinheiro tem cheiro e pode ser perseguido’, afirmou o presidente do Instituto Brasileiro Giovanni Falconi, Walter Maierovitch, ex-secretário nacional Antidrogas. A primeira das investigações é sobre a movimentação bancária do PCC. A segunda é a que localizou uma rede de postos de gasolina no ABC, São Paulo e Santos registrados em nomes de laranjas contratados por advogados – nessa apuração, 60 pessoas foram indiciadas anteontem. Por fim, o Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro) descobriu que parte dos R$ 164,7 milhões furtados do Banco Central em Fortaleza, em agosto de 2005, haviam sido investidos na compra de microônibus para cooperativas de perueiros na capital e na revenda de carros. ‘Com o dinheiro farto, o crime organizado passa a controlar determinadas atividades econômicas, sufocando a concorrência’, disse Maierovitch.” Assinante lê mais
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