Os vivos e os mortos — meu artigo na Folha desta sexta
Duas mortes recentes demonstraram que, a depender do tema, a imprensa, na média, renuncia aos fatos e se deixa conduzir por uma espécie de ente superior, a ditar o que é “politicamente conveniente”. Eu passei a empregar essa expressão em lugar de “politicamente correto”. Não há nada de incorreto em ser correto. Não dá é […]
Duas mortes recentes demonstraram que, a depender do tema, a imprensa, na média, renuncia aos fatos e se deixa conduzir por uma espécie de ente superior, a ditar o que é “politicamente conveniente”. Eu passei a empregar essa expressão em lugar de “politicamente correto”. Não há nada de incorreto em ser correto. Não dá é para ser covarde ou para sufocar o fato com a ideologia.
A Polícia ainda investiga as condições em que morreu o coronel Paulo Malhães, o homem que confessou ter torturado presos políticos e escondido corpos. Pareceu-me, em determinados momentos, que ele lutava para manter ainda colada ao cérebro a consciência fugidia. Lá estava o olhar de um mitômano sem presente e sem futuro, só com um passado terrível, posto na ribalta. Mas vocês sabem como é… A verdade não tem tempo para certas sutilezas, especialmente quando a história “certa” já foi contada e se buscam apenas personagens exemplares para encarnar os papéis do vilão e do mocinho. Malhães morreu, e alguns mistificadores tonitruaram: “Cuidado com a direita! Ela está de volta! Esmaguemos as suas muitas cabeças antes que sejamos esmagados”. Ou por outra: defenderam um paredão coletivo e preventivo em nome do bem! São as almas pias que tentam confundir, entre outras delicadezas, um liberal com um torturador.
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